Luís Alves de Lima e Silva | |
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Duque de Caxias | |
Senador pelo Rio Grande do Sul | |
Mandato | 6ª a 17ª Legislatura (senador vitalício) |
Presidente do Conselho de Ministros | |
Mandato | 1855-1857, 1861-1862 e 1875-1878 |
Ministro da Guerra | |
Mandato | 1855 a 1858 e 1861 a 1862 |
Presidente do Maranhão | |
Mandato | 1840 a 1841 |
Presidente do Rio Grande do Sul | |
Mandato | 1842 a 1846 |
Vida | |
Nascimento | 25 de agosto de 1803 Porto da Estrela, Brasil colonial Portugal |
Falecimento | 7 de maio de 1880 (76 anos) Desengano Brasil |
Progenitores | Mãe: Mariana Cândida de Oliveira Belo Pai: Francisco de Lima e Silva |
Cônjuge | Ana Luísa de Loreto Carneiro Viana |
Partido | Conservador |
Profissão | militar, professor, político |
Assinatura | |
Títulos nobiliárquicos | |
Barão de Caxias | 18 de julho de 1841 |
Marquês de Caxias | 20 de junho de 1852 |
Duque de Caxias | 23 de março de 1869 |
Filho do brigadeiro e regente do Império brasileiro, Francisco de Lima e Silva, e de Mariana Cândida de Oliveira Belo, Luís Alves de Lima - como assinou seu nome por muitos anos - foi descrito por alguns dos seus biógrafos como um predestinado à carreira das armas que aos cinco anos de idade assentou praça no exército do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1808). O que os biógrafos não explicitam é que essa trajetória "apoteótica" é devida às especificidades da carreira militar nessa época. Ter sido cadete aos cinco anos não era um sinal de seu caráter especial: a honraria era concedida aos filhos de nobres ou militares e muitos alcançaram o mesmo privilégio, até mesmo com menor idade.2
Pertencia a uma tradicional família de militares. De um lado, a família paterna, constituída de oficiais superiores e generais do exército português, e, posteriormente, quando da independência do Brasil, em 1822, do exército brasileiro. Do lado materno, a família era de oficiais de milícia. Foi com o pai e com os tios que Luís Alves de Lima e Silva aprendeu a ser militar.
Índice
[esconder]Biografia[editar]
Luís Alves de Lima e Silva desde cedo ingressou na vida militar. Teve intensa carreira profissional no Exército, ascendendo ao posto de marechal-de-campo aos trinta e nove anos de idade.Cadete desde os cinco anos de idade, ingressou aos 15 anos na Academia Militar, de onde saiu como tenente para ingressar numa unidade de elite do Exército do Rei. Em 1822, organizou a Guarda Imperial de D. Pedro I. O batismo de fogo teve lugar no ano seguinte, ao entrar em campanha para combater os revoltosos na Bahia, no movimento contra a independência comandado pelo general Madeira de Melo1 . Em 1825, o então capitão Luiz Alves deslocou-se para a campanha da Cisplatina, nos pampas gaúchos. Participou do esforço pela manutenção da ordem pública na capital do Império após a abdicação de Pedro I, em 1831.
Voluntariamente se junta as forças do Corpo de Guardas Municipais Permanentes que marcham contra a rebelião de Miguel de Frias (3 de abril de 1832), que tentava derrubar a Regência.3
Em 20 de outubro de 1832, após ser promovido a tenente-coronel, assume o seu primeiro comando militar: o Corpo de Guardas Municipais Permanentes - A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro4 . A frente dela, implanta várias inovações na Corporação, como as rondas de Cavalaria e o Serviço Médico, além dos postos de major e tenente-coronel (a oficialidade da corporação só ia até capitão).
Em 1833, casou-se com Ana Luisa do Loreto Carneiro Viana, na época com dezesseis anos de idade, membro da aristocrática família Carneiro Leão, sendo neta da Baronesa de São Salvador de Campos1 . Com ela teve duas filhas, Luisa do Loreto, casada com o Barão de Santa Mônica, e Ana de Loreto, casada com o Visconde de Ururaí, e um varão, Luís Alves de Lima Filho, falecido na adolescência. Suas filhas deixaram conhecida descendência, em sua maioria, estabelecida em Macaé (RJ).
Em 1839, segue para o Rio Grande do Sul com uma força de 200 permanentes, para lutar na Revolução Farroupilha. Em dezembro de 1839 passa o comando dos permanentes, por ter sido nomeado presidente da Província do Maranhão.
Caxias tomou parte nas ações militares da Balaiada, na Província do Maranhão, em 1839. Foi nomeado para Presidente (governador) da Província do Maranhão e Comandante Geral das Forças Militares em operação, num esforço de união civil e militar. O papel que desempenhou, na resolução do conflito, valeu-lhe seu primeiro título de nobreza, o de Barão de Caxias, outorgado em 1841. O título faz referência à cidade maranhense de Caxias, palco de batalhas decisivas para a vitória das forças imperiais. Neste mesmo ano, foi eleito deputado à Assembléia Legislativa pela Província do Maranhão.
Dominou os movimentos revoltosos dos liberais em Minas Gerais e São Paulo (1842). Em 1845, quando decorria a Guerra dos Farrapos, recebeu o título de marechal de campo. Passou a ocupar o cargo de Presidente (governador) do Rio Grande do Sul. A sua ação militar e diplomática levou à assinatura da Paz de Ponche Verde em 1845, que pôs fim ao conflito. Sua atuação aliou ação militar com habilidade política, respeitando os vencidos. Contribuiu, assim, para a consolidação da unidade nacional brasileira e para o fortalecimento do poder central. Foi feito Conde de Caxias.1
No plano externo, participou de todas as campanhas platinas do Brasil independente, como a campanha da Cisplatina (1825-1828), contra as Províncias Unidas do Rio da Prata. Comandante-chefe do Exército do Sul (1851), dirigiu as campanhas vitoriosas contra Oribe, no Uruguai, e Juan Manuel de Rosas, na Argentina (1851 - 1852). Comandante-geral das forças brasileiras (1866) e, pouco depois, comandante-geral dos exércitos da Tríplice Aliança (1867), na Guerra do Paraguai (1864-1870), Caxias, que já havia atuado como conselheiro no começo da guerra, assumiu o treinamento e a reorganização das tropas. Instituiu o avanço de flancos gerais, o contorno de trincheiras e o uso de balões cativos para espionagem. Finalmente, depois da célebre batalha de Itororó seguiu-se a campanha final, a Dezembrada, uma fase de vitórias, como as batalhas do Avaí e Lomas Valentinas, em dezembro de 1868, conduzindo à ocupação da cidade de Assunção.
Após a ocupação da capital paraguaia, ainda antes do término do conflito, por motivos de saúde retornou a Corte, o comando das tropas foi mais tarde passado ao Conde D'Eu. 5 Seu retorno a Corte, foi polêmico, seus opositores, partidários do Conde D'Eu, o acusavam de ter abandonado uma guerra ainda em curso, por outro lado, seus partidários defendiam que a tomada de Assunção encerrava a guerra, com o Paraguai sem recursos e Solano Lopez isolado e liderando um bando de maltrapilhos.5
No Rio de Janeiro, Caxias recebeu o título de duque, o único atribuído durante a época imperial.
Na vida política do Império seu papel foi, também, significativo, como um dos líderes do Partido Conservador. Tornando-se senador vitalício desde 1845, foi presidente (governador) das províncias do Maranhão e Rio Grande do Sul, por ocasião dos movimentos revolucionários que venceu, e vice-presidente da província de São Paulo. Ministro da Guerra e presidente do Conselho por três vezes na segunda metade do século XIX (1855-1857, 1861-1862 e 1875-1878), procurou modernizar os regulamentos militares, substituindo as normas de origem colonial.1
Na terceira vez em que ocupou a presidência do Conselho apaziguou os conservadores, divididos no que dizia respeito à questão da escravatura, encerrou o conflito entre o Estado e os bispos ("questão religiosa") e iniciou o aperfeiçoamento do sistema eleitoral. Em reconhecimento aos seus serviços, o Imperador Pedro II agraciou-o, sucessivamente, com os títulos de Barão, Conde, Marquês e Duque de Caxias.
Retirou-se, por motivos de saúde, para a fazenda de Santa Mônica, em Desengano (hoje Juparanã, Rio de Janeiro) em 1878, onde morreu dois anos depois, em 7 de maio. Foi enterrado no jazigo de sua esposa, no Cemitério do Catumbi, onde repousou até 1949, quando seus restos foram exumados e trasladados para o Panteão Duque de Caxias.
Para culto de sua memória, o governo federal proclamou-o, em 1962, "Patrono do Exército Brasileiro". O dia do seu nascimento, 25 de agosto, é considerado o Dia do Soldado. Seu nome está inscrito no "Livro dos Heróis da Pátria".
Os cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras prestam o seguinte juramento durante a cerimônia de graduação:
"Recebo o sabre de Caxias como o próprio símbolo da Honra Militar!"6
Gabinete de 3 de setembro de 1856[editar]
Foi Presidente do Conselho de Ministro e simultaneamente ministro da Guerra- Ministro da Fazenda: João Maurício Wanderley
- Ministro do Império: Luís Pedreira do Couto Ferraz
- Ministro da Justiça: José Tomás Nabuco de Araújo Filho
- Ministro dos Estrangeiros: José Maria da Silva Paranhos
- Ministro da Marinha: José Maria da Silva Paranhos
Gabinete de 2 de março de 1861[editar]
Foi Presidente do Conselho de Ministro e simultaneamente ministro da Guerra- Ministro da Fazenda: José Maria da Silva Paranhos
- Ministro do Império: Francisco de Paula Negreiros de Saião Lobato, José Antônio Saraiva, José Ildefonso de Sousa Ramos
- Ministro da Justiça: Francisco de Paula Negreiros de Saião Lobato
- Ministro dos Estrangeiros: José Maria da Silva Paranhos, Antônio Coelho de Sá e Albuquerque, Benevenuto Augusto Magalhães Taques
- Ministro da Marinha: Joaquim José Inácio de Barros
Gabinete de 25 de junho de 1875[editar]
Foi Presidente do Conselho de Ministro e simultaneamente ministro da Guerra- Ministro da Fazenda: João Maurício Wanderley
- Ministro do Império: José Bento da Cunha Figueiredo
- Ministro da Justiça: Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque
- Ministro dos Estrangeiros: João Maurício Wanderley
- Ministro da Marinha: Luís Antônio Pereira Franco
- Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas: Tomás José Coelho de Almeida
Representações na arte e espetáculos[editar]
O Duque de Caxias já foi retratado como personagem na televisão, interpretado por Sérgio Britto na minissérie Chiquinha Gonzaga (1999) e Nelson Diniz na minissérie A Casa das Sete Mulheres (2003).Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 2 (dois cruzeiros) emitida entre 1944 e 1958 e nas de Cr$ 100,00 (cem cruzeiros) emitidas de 1981 a 1984.
- Monumento ao Duque de Caxias, de Victor Brecheret.
Homenagens[editar]
- Há no Centro da cidade de Niterói a rua Marquês de Caxias em sua homenagem.
- Em sua homenagem o Palácio Duque de Caxias na Cidade do Rio de Janeiro, antiga sede do Ministério do Exército, atual sede do Comando Militar do Leste.
- Em frente ao Palácio Duque de Caxias há o Panteão Duque de Caxias, com uma estátua eqüestre do patrono do Exército, monumento onde estão sepultados seus restos mortais e de sua esposa.
- Em 14 de março de 1931, a antiga Porto da Estrela, onde nasceu, foi nomeada Distrito de Caxias. Em 31 de dezembro de 1943, através do Decreto-Lei 1.055, elevou-se à categoria de município, recebendo o nome de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro.
- Em sua homenagem, foi dado o nome de 25 de agosto, data de seu nascimento, a um dos principais bairros do município de Duque de Caxias.
- O 15º (responsável pela cidade de Duque de Caxias) e o 17º Batalhões (responsável pela Ilha do Governador) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro recebem o nome de "Batalhão Duque de Caxias", haja vista cada terem recebido tal denominação quando o primeiro pertencia a PM do antigo estado do Rio de Janeiro e o segundo, a PM do antigo estado da Guanabara. Além disso, o militar também foi comandante-geral daquela corporação, em seus primórdios.
Títulos e condecorações[editar]
- Títulos nobiliárquicos
- Barão por decreto de 18 de julho de 1841;
- Visconde por decreto de 15 de agosto de 1843;7
- Conde por decreto de 25 de março de 1845;
- Marquês por decreto de 20 de junho de 1852;
- Duque por decreto de 23 de março de 1869.
- Títulos agremiativos
- Membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro;
- Presidente de Honra do Institut D'Afrique;
- Sócio honorário do Instituto Politécnico do Brasileiro;
- Sócio efetivo da Sociedade dos veteranos da Independência da Bahia;
- Sócio honorário do Instituto Literário Luisense.
- Condecorações
- Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro;
- Medalha de Ouro da Independência;
- Comendador da Ordem de São Bento de Avis;
- Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa;
- Grã-cruz da Ordem Militar de Avis;
- Medalha de Ouro da Campanha do Uruguai;
- Grã-cruz efetivo da Imperial Ordem da Rosa;
- Medalha de Ouro Comemorativa da Rendição de Uruguaiana;
- Grã-cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro;
- Grã-cruz da Imperial Ordem de D. Pedro I;
- Medalha do Mérito Militar;
- Medalha Comemorativa do término da Guerra do Paraguai.
Campanhas pacificadoras[editar]
- Primeiro reinado
- Guerra da Cisplatina - 1825
- Período regencial
- Balaiada (Maranhão/Piauí) - 1841
- Revolução Liberal em São Paulo - 1842
- Revolução Liberal em Minas Gerais - 1842
- Segundo Reinado
- Revolução Farroupilha - 1835 a 1845
Construção de cidades[editar]
Luís Alves de Lima e Silva, junto com Domingos José de Almeida, foi responsável pela reformulação do povoado de Santana do Uruguai, e a posterior demarcação das divisas e dos traçados belos e uniformes que após tornou-se a cidade de Uruguaiana.[carece de fontes]Referências
- ↑ a b c d e Duque de Caxias (em português). UOL - Educação. Página visitada em 25 de agosto de 2012.
- ↑ História Viva - "O homem por trás do monumento". Edição nº 06, pp. 28-48. Editora Duetto. São Paulo (2004).
- ↑ "História da Polícia Militar do Districto Federal - 1809 a 1889 - 1º volume, Rio de Janeiro- 1925" pag 127/128
- ↑ conforme "História da Polícia Militar do Districto Federal - 1809 a 1889 - 1º volume, Rio de Janeiro- 1925" pag 129
- ↑ a b RODRIGUES, Marcelo Santos. Guerra do Paraguai: Os Caminhos da Memória entre a Comemoração e o Esquecimento. USP, São Paulo, 2009.
- ↑ [1]
- ↑ Segundo Carlos G. Rheingantz, Lima e Silva não foi elevado a visconde, conforme Anuário Nobiliárquico Brasileiro, páginas 112 a 121. Rio de Janeiro.
Ligações externas[editar]
- Luiz Alves de Lima e Silva - Árvore genealógica (em português) em Rodovid (visitado em 4 de outubro de 2009).
- Fala que recitou o exmo. presidente e comandante das armas da província do Maranhão, o coronel Luís Alves de Lima e Silva, na abertura da Assembléia Legislativa Provincial no dia 3 de maio de 1840. Disponibilizado pelo Center for Research Libraries.
- Relatorio com que abrio a primeira sessão ordinaria da segunda legislatura da provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul no 1.o de março de 1846, o exm.o sr. conde de Caxias, presidente da mesma provincia. Porto Alegre, Typ. de I.J. Lopes, 1846. Disponibilizado pelo Center for Research Libraries.
- Relatório apresentado à Assembléia Geral Legislativa na 1ª sessão da 11ª legislatura pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra Marques de Caxias, em 13 de maio de 1861. Disponibilizado pelo Center for Research Libraries.
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