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Este Blog é para expor publicações periódicas que contribuam para desenvolver atividades artísticas culturais e recreativas dentro de uma postura construtiva através da Pedagogia da Animação, ampliando diversos conceitos da qualidade total nas áreas de Recreação, Folclore, Literatura e Música. Produzindo conhecimentos interdisciplinares no aprimoramento da cidadania.

domingo, 26 de agosto de 2012

DILU MELO - SANFONEIRA MARANHENSE - CORREIO ELETRÔNICO





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25.09.1913 – Viana (MA) – 24.04.2000 – Rio de janeiro (RJ)
Quando cheguei a Teresina (PI) para estudar, em fevereiro de 1950, era grande a boba rivalidade entre os adolescentes maranhenses e piauienses, estes cheios de convencimento por morarem numa capital tão evoluída, enquanto que nós, os forasteiros, só tínhamos mesmo para mostrar, assim à mão, a cidade de Timom, do outro lado do Rio Parnaíba, à época um dos municípios mais atrasados do Brasil. Para chegar-se lá, só de canoa, em travessia muito perigosa.
Os teresinenses deitavam e rolavam com o progresso de sua terra: dois grandes cinemas, três imponentes igrejas, colégios, Faculdade de Direito, quartéis da Polícia e do Exército, Estação Ferroviária, Escola Industrial, calçamento de paralelepípedo, ponte metálica, seminário, convento, prédio com elevador. Nós, principalmente os sul-maranhenses, que nada tínhamos para contra-argumentar, valiamo-nos dos valores culturais de nosso Estado, citando seus famosos escritores e poetas, dentre eles: Aluízio de Azevedo, Artur de Azevedo, Gonçalves Dias, Viriato Correia, Graça Aranha, Coelho Neto, Humberto de Campos, Bandeira Tribuzi, Odilo Costa Filho, Susândrade, Raimundo Correia, Catulo da Paixão Cearense e, para arrolhar a boca de qualquer piauizeiro mais entusiasmado, nosso trunfo artístico maior: a compositora, cantora e sanfoneira Dilu Melo!
Num cenário em que todo o Brasil era dominado pelas vozes de Chico Alves, Emilinha Borba, Silvio Caldas, Marlene, Nélson Gonçalves, Aracy de Almeida, Orlando Silva, Vicente Celestino e outros, Dilu Melo disputava a fama e a popularidade pau a pau com eles. Tanto no rádio, quanto no mercado fonográfico.
Maria de Lourdes Argolo Oiver, a Dilu, nasceu em Viana (MA), a 25.09.1913, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ) a 24.04.2000.
Criada em Porto Alegre (RS), aos 13 anos ganhou medalha de ouro num concurso de piano, atuando depois em algumas rádios.
Casou-se em 1930 com o Engenheiro Carlos Rodrigues de Melo, união que durou pouco mais de dois anos.
Em 1938, foi par para o Rio de Janeiro (RJ), estreando na Rádio Cruzeiro do Sul e, no ano seguinte, compunha, em parceria com Ovídio Chaves, a toada Fiz a Cama na Varanda, por ela gravada em 1941, naContinental, com enorme sucesso.
Essa música foi relançada mais tarde por Inezita Barroso, Dóris Monteiro, Nara Leão, Cantores de Ébano, diversos conjuntos de rock e regravada na França, em versão.
Por influência de Antenógenes Silva, começou a tocar acordeom recebendo da imprensa a denominação deRainha do Acordeom, título a que logo abdicou, ao compor, tocar e cantar músicas que valorizavam o nome da sanfona, instrumento que ajudou a popularizar lançar, de sua autoria e de J. Portela, o xote Qual o Valor da Sanfona? e o baião Os Dez Mandamentos do Sanfoneiro.
Naquele tempo, o instrumento era chamado concertina ou acordeom. Seus grandes intérpretes da época, como Pedro Raimundo, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Antenógenes Silva, em Minas Gerais, Mário Mascarenhas e Sua Escola, em Minas Gerais e Adelaide Chiozzo, em São Paulo, tocavam acordeom. Contrapondo-se a eles, havia os sanfoneiros Luiz Gonzaga, seu irmão Luiz Gonzaga Sivuca – que, no início da carreira, era chamado de sanfonista – e Dilu Melo que, com Qual o Valor da Sanfona?, sacramentou esse nome por todo o Brasil.
Em 1944, registrou em disco a valsinha brejeira Lá na Serra, de Capiba, que se tornou sucesso nacional.
Pesquisadora do folclore brasileiro, além de pianista, violonista e harpista, viajou por todo o Brasil, divulgando seu repertório. Afastou-se da vida artística depois de 25 anos de carreira, mas ainda gravou um LP na Odeon e outro na Som.
Criou uma empresa teatral que produzia peças infantis e tornou-se professora na Escola de Música Sá Pereira, no Rio de Janeiro, ensinando dicção, impostação, danças folclóricas e História da Música.
São de sua autoria, além das já citadas, Dilu compôs Alecrim, toada gaúcha, Coco Babaçu, coco, Engenho D’Água, embolada, com S. Meira, Maravia, baião, com Jairo José, Saudades do Maranhão, valsa, com Roberto Martins, Telegrama, samba, Acalentando São Luís, toada, Meu Cariri, baião, Balada do Pranto e da Chuva, toada, com Rose Gama, Quando Durmo de Pé Sujo, arrasta-pé, Nas Águas do Mearim, toada, VianaCidade Magia, valsa, Coisas Erradas do Mundo, rojão, com Mardokeo Nacre, Tristeza de Juriti, toada, Cabocla, baião, com Argolio de Sá, Candelabro, valsa, Coisas do Rio Grande, polca, Meia Canha, polca, com Ovídio Chaves,Meninos dos Olhos Tristes, xote, com Ovídio Chaves, Meu Barraco, choro, Redinha de Algodão, baião, Sapo Cururu, baião, e Vida de Artista, samba-canção.
Dentre muitas músicas que gravou de autores diversos, destaca-se o motivo folclórico com arranjo de Antônio Almeida, Serenô – Serenô, eu caio, eu caio – valsinha brejeira que até hoje é cantada em todo o universo seresteiro.
Numa pequena amostra de seu trabalho, apresento-lhes o xote Qual o Valor da Sanfona?, gravado em 31.07.1948.
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17 Respostas em: “DILU MELO, A SANFONEIRA MARANHENSE”

  • WALTER FREITAS-PESQUEIRA Diz:

    Gostei da matéria, principalmente porque sempre imaginei tratar-se de um homem. Quanta ignorância a minha! Agora, já tenho a informação exata sobre a grande musicista, compositora e pesquisadora DILU MELLO.
  • Mundinho Fulô (Do Bico Doce) Diz:

    Amigo Walter, a Dilu é apenas mais um nome esquecedido da MPB, que, eu de cá, você daí, aos poucos vamos resgatando, neste magnífico espaço que é o Jornal da Besta Fubana.
  • Laercio Santos Diz:

    Oi pessoal que nos leem,
    Até que enfim achei essa musica que me perseguia desde meus
    tempos de criancinha infantil la em Londrina (PR).
    Na memoria persistiram o charmoso solo de sanfona e a frase
    “quem toca sanfona ó dona, não precisa trabalhar”. Parece que na
    época tambem haviam muitos “sanfoneiros” (no mau sentido)…
    Consegui uma versão em MP3 com a Dilu porem em ritmo de Vaneirão;
    não consegui baixar o Clipe acima e na letra está faltando a ultima
    estrofe (a do Maranhense);
  • Cardeal Mundinho Fulô (do Bico Doce) Diz:

    Prezado Laércio,
    Informe seu e-mail, e eu lhe mandarei a músuica na íntegra. Dilu surgiu quando começava a profissão de sanfoneiro, por isso ela explicava o valor daquele instrumento que nos maravilhava.
  • Laercio Santos Diz:

    Oi senhor Cardeal, meu email é laercium@yahoo.com.br
    e se puder enviar a musica (.mp3) e a letra completa eu
    desde já agradeço;
    Laercio;
  • Cardeal Mundinho Fulô (do Bico Doce) Diz:

    Prezado Laércio,
    A música já seguiu para o e-mail indicado, com a letra, que é esta:
    Qual o valor da sanfona?
    Eu perguntei ao mineiro
    Ele foi me respondendo
    Depende do sanfoneiro
    Se ele nasceu pra sanfona, ó dona
    Vale um montão de dinheiro
    Se ele nasceu pra sanfona, ó dona
    Vale um montão de dinheiro
    Perguntei ao cearense
    Dos lados do Quixadá
    Depende só do valor
    Que o sanfoneiro lhe dá
    Quem sabe tocar sanfona, ó dona
    Não precisa trabalhar
    Quem sabe tocar sanfona, ó dona
    Não precisa trabalhar
    Também me disse um gaúcho
    E vejo que tem razão
    Não vale um mundo todo
    Uma sanfona no galpão
    Quando sopra o minuano, ó dona
    Ela esquenta o coração
    Quando sopra o minuano, ó dona
    Ela esquenta o coração
    Assim disse um maranhense
    Nascido lá em Codó
    O amor e a sanfona
    Quanto mais velho melhor
    E quando toca, Dilu, minha dona
    Vale mais que ouro em pó
    E quando toca, Dilu, minha dona
    Vale mais que ouro em pó
  • Laercio Santos Diz:

    Oi sr Cardeal,
    Agora sim, tenho a letra completa e duas versões
    sonoras de “Qual o Valor que a Sanfona tem”. A versão em
    ritmo de vaneirão é uma gravação mais moderna, portanto com
    uma fidelidade bem maior que a original (78 rpm) e consegue
    uma reprodução, ligada a um amplificador, muito melhor; a
    cantora é a mesma (Dilu Mello) porem em outro tom.
    Estou tentando pegar as notas musicais corretas para
    executar na minha sanfona (Universal 120 baixos); espero
    ter sucesso e, por enquanto, estou mui grato pelas informações.
    Laercio.
  • Cardeal Mundinho Fulô (do Bico Doce) Diz:

    Prezado Laércio,
    Valeu!!!
    Vá divulgando por aí essa grande conterrânea, que encheu de orgulho o corçã maranhense!
  • Luiz Alexandre Raposo Diz:

    Oi, pessoal!
    Sou biógrafo da Dilú e escrevi um livro sobre essa artista fenomenal.
    Por favor, se puderem, cadastrem-se no site letras.com como fãs da Dilú. Seria uma forma de não deixar o nome dela no esquecimento. Esse site tem o cadastro (por ordem alfabética) de todos os artistas brasileiros. Basta procurá-la na letra D.
    Em tempo: estamos preparando um caderno musical com 32 partituras da Dilú (entre seus maiores sucessos), patrocinado pela Secretaria de Cultura do Estado do Maranhão que terá lançamento ainda neste mês de março. A publicação objetiva a comemoração do centenário de nascimento da artista no próximo ano.
  • Cardeal Mundinho Fulô (do Bico Doce) Diz:

    Prezado Luiz Alexandre,
    Parabéms! Mais um brasileiro de gabarito divulgando os valores de nossa MPB. Gostaria de adquirir o caderno com as partituras das músicas de Dilu, a qualquer preço, contanto que ele não contenha proibição de cópia dessas preciosidades.
    Por ora, contento-me em participar do site indicado.
  • Cardeal Mundinho Fulô (do Bico Doce) Diz:

    Meu Caro Luiz Alexandre,
    Mande o link completo do site, pois não consegui acessá-lo.
  • Luiz Alexandre Raposo Diz:

    Caro Cardeal,
    Assim que o caderno sair, pego um para você e entrarei em contato para saber como enviá-lo.
    O caderno terá distribuição gratuita e se destina às Escolas de Música, maestros, professores e estudantes de música.
    Grande abraço,
    Luiz Alexandre
  • Cardeal Mundinho Fulô (do Bico Doce) Diz:

    Conterrâneo Alexandre,
    Obrigado. Promessa é dívida!
  • josé maria dos santos abreu Diz:

    Maravilha é pouco pra dizer!!! Estou, devers, maravilhado em receber os versos, que na juventude, cantei um dia!…
    desejo adquirir o caderno de partituras dessa dilu mello.
  • Cardeal Mundinho Fulô (do Bico Doce) Diz:

    Prezado José Maria,
    Embora eu possua um respeitável acervo das músicas gravadas pela Dilu, não conto com suas partituras. Quem sabe, um dia…
  • Luiz Alexandre Raposo Diz:

    Cardeal,
    Estive muito ocupado nesses dois últimos meses, por isso fiquei em falta com você.
    O Caderno Musical da Dilú Mello com as partituras está pronto. Foi lançado no último 13 de abril, aqui em São Luís, no Museu Histórico e Artístico do Maranhão, com um show da cantora maranhense Fátima Passarinho, interpretando os antigos sucessos da Dilú. Fantástico!
    Como faço para lhe enviar o caderno?
    Sobre o endereço do site letras.com o endereço é esse mesmo. Tenta pelo google.
    Saudações,
    Luiz Alexandre

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