POEMA FESTA NA ROÇA - Por Antonio Lourenço de Andrade Filho
A! Quanta saudade
Da festa lá na roça
Logo cedo, passamos na pequena venda de Seu Bolívar
Na estrada a beira do Rio Pardo, no Pilãozinho
Próximo da balsa do Kuelé
A estrada levava a outras bandas
Foi ai que fomos convidados
Wando,do Sr Júlio nos falou
Vêm prá festa hoje os meninos
Prece que vai ser boa
Disse alegre e sorridente
De quem é a festa, perguntei?
Não é festa, é uma reza afirmou
Mas depois tem a festa
Sorrindo novamente
E olhando para as moças
Encostadas no balcão
Nós viremos! Disse-lhe sorridente
Olhando para as meninas
Que soltavam sorrisos, entreolhando-se
Mais tarde, montando nos animais
Lá estávamos a caminho
Eram nove horas quando chegamos
A pequena casa estava cheia
As pessoas conversavam
E alguns nos davam as boas vindas
As moças passeavam de um lado para outro
Conversando aos cochichos, olhavam de relance
A reza lá para as tantas, transformou-se
Virou um baticum de tambores
E puxar de sanfona
Os ânimos foram se exaltando
E o povo todo dançando
A bebida logo deu sinal de alerta
Quando iniciou uma discussão
De um lado, o vaqueiro de Zé Dias
E do outro, seu Josias
Debateram e se ofenderam
Aumentando a confusão
Josias sacou do corneto facão
E o vaqueiro desarmado
Levou o braço e foi cortado
Sujando de sangue a sua jaqueta
Novamente o facão subiu
E novo talho na testa abriu
Muita gente na correria
Apartou a confusão
O vaqueiro já cortado
Foi levado para o hospital
E a festa se acabou
A morena que eu dançava
Um beijo ela mim deu
No escurinho lá da festa
Encostado na parede
Marcamos um novo encontro
Onde tudo aconteceu
* * *
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