AUTOR: PERBUÁRIO OLIVEIRA ALMEIDA
Hoje completas um centenário de vida, data
especial que poucos têem este prestígio com Deus. Rogo a Ele que te dê saúde, paz, felicidade, para
que seus dias de vida sejam mais e mais.
Fui privilegiado por Deus a fazer parte desse
centenário do senhor e já se passaram 40
e poucos anos, tenho guardado na minha memória como se fosse hoje, por exemplo:
A sua marca registrada nº 33, que é a minha também em sua homenagem.
Guardo na memória o nome dos seus jumentos:
Bentivi, Canário, Rouxinho, Camocim, este era um jumento branco e lesado que
era da mãezinha. Tinha o Rio Preto e o Pagode que o senhor negociou com ciganos
que apareciam aí de vez em quando.
Junto com o meu tio João Gualberto íamos pegar
lenha nas Areias, dar comida aos animais. Às vezes íamos à Serra Cheirosa pra desmancha, era
ótimo! Isto me trazia uma felicidde imensa!
Não esqueço dos cachorros: Jadigo, Jacaré,
Denis, este era um cachorro policial e
bom de caça, não era? Lembro da figueira
que tinha atrás da casa onde tinha ninhos e Golinha, Pinta Silva e outros
pássaros. Recordo a roça com aquela aroeira gigante e os pereiros, um pé de
jurema no final da roça.
Em 1968 eu tinha 5 anos, o senhor um homem da
federação, foi destacado pra Iguatu, foi a única vez que vi o tio Guerreiro pai da Eliza, Zezinho, Paulo e
outros que conheço por nome.
Em 1971 o senhor vendeu uma parte da roça
ao Climério e foi destacado pra
Quixeramobim, morava na Rua Dias Ferreira, próximo à estação do trem.
Sempre ao lado da mãezinha, ela já doente e o
senhor cumprindo o papel de um guerreiro forte.
No final do ano de 1971 passamos as férias com
vocês, quem nos levou foi o Chico da Afoncina na sua rural.
Lembro da época que um rapaz fingindo de
amigo, furtou o seu relógio de bolso folheado
ouro. Não precisou da policia se meter no caso, o senhor fez a
investigação, fez o ladrão devolver o relógio e não ficando satisfeito, deu uma
grande repreensão e acho que até uns tapas. Mostra ser um Guerreiro disposto e valente dentro da sua
razão.
Nesse tempo
morou na casa da Rua Santo Antonio em Aiuaba, o Duda pai da Cícera, era
do calçamnto, morou também seu Vicente, pai da Pedrina e tinha uma aleijadinha
que se chamava Elizabete, ficavam na oficina onde o senhor guardava suas
espingardas de ouvido, bornal,, cangalhas, malas e outros objetos, ali morou o
tio Antonio Firmino, a tia Nenem e filhos, Àurea, Aurineide e Mazinho. A Àurea
é minha madrinha.
Eu muito danado ia pescar escondido de mamãe,
a tia Nenem fritava os peixinhos era bom.
O senhor firme ao lado da mãezinha ela já
muito doente, crise de asma, quase sempre me perguntava:" O que houve que
não veio mais aqui?"
Eu
respondia: É porque mamãe não deixa... Eu danado ia escondido, tomava água no
copo dela, comia no mesmo prato e com a mesma colher, amava a mãezinha, ela
faleceu no dia 31 de janeiro de 1973 e o senhor
deitado numa preguiçosa sempre
com uma carteira de cigarro Classic ou Arizona disse pra mim, "é Nego Véi
sua mãezinha morreu e uma lágrima caiu dos seus olhos".
Depois de alguns meses viúvo, sempre de
paletó, dentadura de ouro de 24 quilates
comprou um cavalo marchador, foi caro, porque foi comentado na cidade.
Pra mostrar o poder de sedução pra conquistar
a sua amada, peguei o senhor passando perfume no corpo inteiro. Conquistou a
sua amada, com certeza e muito feliz até hoje.
Teve vários filhos e com certeza esta festa de
100 anos de vida foi carinho, amor e fidelidade, companheirismo, da Maria junto
com seus filhos. Maria a festa também é
sua, mérito seu, sejam bem felizes! A
continuação é nossa!!
Paizinho, como não esqueço de nada tenho uma
coisa a reclamar do senhor. Muitos sabem
dessa história, outros não.
Eu estava correndo no Cacique, era um
cavalinho branco que papai comprou na Murzela de seu Delso Feitosa, marido de
Dona Lenita.
Correndo no campo de aviação perto da casa do Antonio
Nascimento, de um lado a outro e bem feliz, chegou o senhor com um sorriso
bonito! Alegre e disse: "Ei Nego
Véi, venha aqui, eu ingenuamente cheguei
perto do senhor e o senhor com um cipó escondido pegou no meu braço e como não
esperava por tamanha covardia me deu 3 cipoadas e disse vá pra casa, sua mãe
está chamando. Me soltei rápido e disse:
Ô covarde, me pegou a traição...
Saí correndo, deixei o cavalo e o senhor dando risada disse: Venha aqui pra apanhar mais... Foi uma
carreira que ninguém me pegava.
Paizinho, sabe que te amo muito e não tenho
mágoa de nada, espero o senhor se lembrar e dar risada.
No próximo ano confiando em Deus terei o
prazer e satisfação de abraçar cada um
de vocês, pois a saudade e tremenda.
Minha família está bem representada aí graças
a Deus.
Papai-
um comerciante de alto nível, amigo, sincero, trabalhador. Tenho muito
orgulho de ser seu filho e me espelho nele. Pai eu te amo!
Mamãe- uma celebridade da cultura, autora de
livros, músicas, peças teatrais, professora de Universidade (ULBRA) Em Canoas-
RS , é Conselheira, Amiga sincera e
todos bons predicados que uma pessoa tem de bom está em minha mãe, me orgulho
muito Deus me permitir de ser seu filho.
Orleans-
minha irmã amiga companheira, confidente, intelectual, valoriza a
cultura e a amizade, ela está junto em todas as horas, é uma amiga de verdade.
Simone-
minha irmã caçula, veio morar comigo novinha, aprendeu muito comigo a
ser comerciante, valorizar a familia, porque a familia é a base de tudo. Te amo
minha irmã.
Caio- empresário bem sucedido da Região Sul do
país,
não é só meu cunhado, é meu irmão.
Só tenho a agradecer, tenho 49 anos de idade,
não tenho inimigos, nunca bati em ninguém, nem apanhei, se eu der a minha
palavra não precisa documentos. Sou hospitaleiro me procurando na minha casa
come e bebe, só não aceito falta de respeito, aí o bicho pega.
Tenho ouvido afinado pra música, qualquer nota
musical errada percebo na hora. Gosto de um bom tocador de sanfona,com certeza
herdei do senhor.
Paizinho, no seu centenário pessoas ilustres
comemorariam junto com o senhor, por exemplo: Luiz Gonzaga, pernambucano- Rei
do Baião, Jorge Amado, escritor baiano,
conhecido internacionalmente e muitos outros brasileiros ilustres. E o senhor o
nosso eterno Gueereiro do Ceará, um
Funcionário Federal, uma lenda viva, orgulho para nós aiuabenses, funcionário
modelo dos Correios e Telégrafos, a maior autoridade do Município, pois é o
mais idoso e todos nós devemos respeito, porque o senhor é um exemplo de vida e
cidadania.
Como dizem os mais velhos "palavras voam
e escritos ficam" este é o meu documentário, lhe desejando muita paz,
saúde, alegria e muitos anos de vida. Não
tenho vergonha e nem receio de dizer: Paizinho, o senhor é o maior!
Receba um grande e saudoso abraço do seu 1º
neto do sexo masculino, beijos da Marili, Paula, e Maria Clara
Seu eterno Nego Véi.
100 beijos!!!
Perbuário Oliveira Almeida
Canoas, 08 de outubro de 2012.
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