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Poemas para Brasília
24 de Julho de 2012 |
Brasília
Beleza que contorna a norma brusca, e renasce Se torna inumerável de vida Faz do céu uma plataforma azul Onde mora o mistério do simples e infinito.
Em anos, dias mais belos e puros Dançarei nos seus frágeis outonos Cúmplices de seus seios brancos Sem medo ou fúria de falsos donos
Mas nessa primavera de tristezas, Acalento todas nossas saudades desatinadas ao som de todo nosso silêncio amargo Brincando fazer tuas esfinges de sol coroadas. Amo mesmo tudo que não posso tocar, mas que me toca sem sentir.
Post poetisa Thais Lima Rocha Poema transcrito da coletânea “Concurso Nacional de Poesias”
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11 de Julho de 2012 |
BRASÍLIA
Onde um dia dormira um vasto planalto, hoje acorda Brasília, nos braços do mundo. Acorda tão viva, formosa e bela, abraça as estrelas e os ipês floridos, os sonhos sonhados e o azul do céu.
Esta é Brasília de asas douradas a pairar soberana, quase ave, aeronave, sob a abóbada celeste e os raios do sol.
A solidão do lago em nostálgica canção de girassóis meninos, traz no vento a saudade dos candangos de outrora.
Não te desejo Brasília, a conquista do mundo, conquiste dias felizes, assim conquistarás o pólen do mundo.
Lurdiana Araújo, poetisa tocantinense. Poema transcrito do livro “Cerrado Poético e outras poéticas” Verbis Editora
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06 de Julho de 2012 |
NoturNeon
Noturno pela cidade Meu coração fotografa O Banco Central em chamas Noturno pela cidade Na certeza de quem ama Meu coração fotografa O Banco Central em chamas
Menezes y Morais, poeta brasiliense. Poema transcrito da seção “Tantas Palavras” Correio Braziliense, 20/06/2012
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19 de Junho de 2012 |
Três Poderes
Não havia lua cheia, Nem a chuva leve caía sobre nós, Mas o néctar que da lua pingava Molhava nossas almas Com uma luz mais que brilhante, E fazia nascer em meu coração Um sentimento desconcertante, Uma paixão inimaginável, Uma loucura fascinante.
Cercados por Três Poderes, Uma praça, em um espaço aberto, Coberto pelas estrelas e luzes da noite A Terra, dava a nós o leito... O chão onde pisávamos E nos encontrávamos Para sermos o que quiséramos, O que sonhávamos.
O ar enchia nossos pulmões, Corações, veias, mentes, almas De um frescor alucinante Que nos arrepiava o corpo, Que nos embaraçava os cabelos, Que nos jogava um contra o outro Como um abraço louco E animal.
O Fogo queimava nossa pele E um desejo à flor da pele Nos dominava e nos aproximava Para que, em beijos apaixonantes, Nossas bocas se tocassem E se completassem Como a lua completa o céu E o céu completa a vida. Nada nos dividia. Tudo nos unia.
Quero dar-te a alegria Que jamais em tua vida surgiu e Jamais teu olho negro viu. Quero completar-te e servir-te E, como numa orgia de sentimentos fantásticos, Perder-me em desatino, Esquecer-me do meu destino E entregar-me ao teu prazer.
Post do poeta Alessandro Eloy Braga. Poema transcrito do livro “Madrigais cantantes”
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Os amantes do Eixo Rodoviário | | | |
18 de Junho de 2012 |
Os amantes do Eixo Rodoviário
O homem atravessou as seis pistas do Eixão, correndo em ziguezague no meio do trânsito enfurecido, mas a mulher empacou, paralisada pelo medo. A separação já dura cinco dias: ele do lado de cá, ela do lado de lá, e os automóveis voando-zunindo entre um e outro. E se ninguém avisou que existe passagem subterrânea pra pedestre nem foi por maldade: é que dá gosto ver aqueles dois, ela desenhando corações no ar, ele mandando carta em aviõezinhos de papel. Acho que nunca se amaram tanto.
José Rezende Jr., poeta mineiro, natural de Aimorés. Texto transcrito do livro “50 anos em Seis: Brasília, prosa e poesia”
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15 de Junho de 2012 |
Terra Nova
Do Paranoá
Nosso ofurô Será de nossos volumes corporais.
Tuas pernas recipiendam as minhas.
Neste monte farás nossa casa. No santuário do leste nossa cama se banhará de luas neves.
Para o Ocidente, o sol e a cidade servirão ao tédio. Acolá perto, descendo a serra, viverão filhos de nossos filhos.
No meio, nascerão os filhos de nossas cabeças.
No norte e sul habitarão nossos afilhados.
Nós, pais e mães da Terra Nova.
Paulo Bertran, poeta goiano, natural de Anápolis.
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