RESENHA
Luiz Renato de Souza Pinto*
O poema Salve, Bandeira! , de Francisco de Aquino Corrêa pode ser considerado um clássico da estética parnasiana. Foi publicado pela primeira vez em 1913. Dom Aquino, como era mais conhecido, foi bispo emérito de Mato Grosso, doutor em teologia em Roma e presidente da província de Mato Grosso entre os anos de 1918 e 1922, a fim de apaziguar os acirrados ânimos entre coronéis locais. Foi também o primeiro mato-grossense a entrar para a Academia Brasileira de Letras, a casa de Machado de Assis. Com uma linguagem culta a povoar os diários, cartas e discursos pastorais, deixou farta obra, reeditada pela gráfica do Senado da República, em 1985, ano de comemorações do centenário de seu nascimento, de onde extraímos, do volume nova et vetera, o presente texto.
SALVE, BANDEIRA!*
Salve, Bandeira do Brasil querida,
Toda tecida de esperança e luz!
Pálio sagrado, sob o qual palpita
A alma bendita do País da Cruz!
Salve, Bandeira! Quando ao sol desfraldas,
De ouro e esmeraldas, o teu manto real,
Nossa alma em vôo pelo azul se lança,
Nessa esperança de dourado ideal!
Salve, Bandeira! Ao teu aceno, eu penso
No meigo lenço de uma mãe, que diz,
Saudando o filho e lhe apontando o norte:
“Sê nobre e forte, e me farás feliz!”
Salve, Bandeira! Como tenda arfante,
Que se levante, no deserto nu,
Tu nos sorris, e toda dor desfazes,
Há sempre oásis, onde afloras tu!
Salve, Bandeira! A nossa vida é barca,
Que singra e arca coma procela a urrar;
Tu és a vela, que jamais se perde,
Vela auriverde, sobranceira ao mar!
Salve, Bandeira! Que és suave e justa
Mortalha augusta, para os bravos teus;
Mas, como a túnica de Nesso, ardes
Para os cobardes, para os vis e os réus!
Salve, mil vezes, ó gentil Bandeira,
Pura, fagueira, fulgurante, audaz!
Salve! Nas ondas e na firme terra,
Salve! Na guerra e na rosada paz!
SALVE, BANDEIRA!*
Salve, Bandeira do Brasil querida,
Toda tecida de esperança e luz!
Pálio sagrado, sob o qual palpita
A alma bendita do País da Cruz!
Salve, Bandeira! Quando ao sol desfraldas,
De ouro e esmeraldas, o teu manto real,
Nossa alma em vôo pelo azul se lança,
Nessa esperança de dourado ideal!
Salve, Bandeira! Ao teu aceno, eu penso
No meigo lenço de uma mãe, que diz,
Saudando o filho e lhe apontando o norte:
“Sê nobre e forte, e me farás feliz!”
Salve, Bandeira! Como tenda arfante,
Que se levante, no deserto nu,
Tu nos sorris, e toda dor desfazes,
Há sempre oásis, onde afloras tu!
Salve, Bandeira! A nossa vida é barca,
Que singra e arca coma procela a urrar;
Tu és a vela, que jamais se perde,
Vela auriverde, sobranceira ao mar!
Salve, Bandeira! Que és suave e justa
Mortalha augusta, para os bravos teus;
Mas, como a túnica de Nesso, ardes
Para os cobardes, para os vis e os réus!
Salve, mil vezes, ó gentil Bandeira,
Pura, fagueira, fulgurante, audaz!
Salve! Nas ondas e na firme terra,
Salve! Na guerra e na rosada paz!
Nenhum comentário:
Postar um comentário