E não há como a poesia pura, a poesia do povo, para afastar de nosso espírito o artificialismo mentiroso que a civilização impõe. Por isso que a ciência do folclore está destinada a manter o equilíbrio íntimo do homem. As manifestações da alma popular nos tornam, mais humanos e verdadeiros. Haverá algo mais enternecedor e humanizante que a nina - nina de uma mãe? Ou do que uma dessas velhas histórias narradas pela vovozinha? Claro que não!” ( O Momento, 1959)
PATATIVA DO ASSARÉ
Você caboclo que cresce
Sem instrução nem saber
Escuta mais não conhece
Folclore o que quer dizer.
O folclore é um pilão
É um bodoque, um pião
Garanto que também é
Uma grosseira cangalha
Aparelhada de palha
De palmeira ou catolé
Folclore meu camarada
Ouvimos a toda hora
É história de alma penada
De lobisomem ou caipora
Folclore é aquele instrumento
Para o seu divertimento
Que chamamos berimbau
É também a brincadeira
Ritimada e prazenteira
Chamada maneiro pau
É o aboio magoado
Do vaqueiro na amplidão
É festejo animado
Na debulha do feijão
Carro de boi e gaiola
É desafio á viola
Do cantador popular
É também a toadinha
Da ciranda, cirandinha
Vamos todos cirandar...
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