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Este Blog é para expor publicações periódicas que contribuam para desenvolver atividades artísticas culturais e recreativas dentro de uma postura construtiva através da Pedagogia da Animação, ampliando diversos conceitos da qualidade total nas áreas de Recreação, Folclore, Literatura e Música. Produzindo conhecimentos interdisciplinares no aprimoramento da cidadania.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

MÃE PRETA - PATATIVA DO ASSARÉ

O coração do inocente
É  como a terra estrumada
Qui a gente pranta a semente
E a mesma nasce corada
Lutrida e muito viçosa
Na nossa infância ditosa
Quando o amor e a simpatia
Toma conta da criança
Esta sodosa lembrança
Vai bater na cova fria.

Quem pela infância passou
O meu dito considera
Eu quero com grande amor
Dizer Mãe Preta  quem era
Mãe Preta dava a impressão
Da noite de iscuridão
Com seus mistero profundo
Iscondedo seus pranetas
Foi ela a preta mais preta
Das preta qui eu vi no mundo.

Mas porém sua alma pura
Era branca como a orora
E tinha a doce ternura
Da vige Nossa Senhora
Quando amanhecia o dia
Pra minha rede ela ia
Dizendo palavra bela
Pra cuzinha me levava
E um cafezim eu tomava
Sentado no colo dela.

Quando as minha brincadeira
Causava contrariedade
A minha mãe verdadeira
Com a sua oturidade
As vez brigava comigo
E num gesto de castigo
Botava os óios pra mim
Masporém, não me batia
Somente pruque sabia
Qui mãe preta achava ruim.

Por isso eu não tinha medo
Sempre contente vivia
Mexendo nos meus briquedos
E fazendo isripulia
Dentro de nossa morada
Pra mim não fartava nada
O meu mundo era mãe preta
Foi ela quem me ensinou
Muntas cantiga de amô
Ebrincar de carrapeta.

Se as vez eu brincando tava
De borbuleta e pegá
E impaciente ficava
Inraivecido a chorar
Ela com munta alegria
Um certo jeito fazia
Com carinho e com amô
Apanhava as barbuleta
Foi ela uma santa preta
Que o mundo de Deus criou.

Se chegava a noite iscura
Com seu negrume sem fim
Ela com toda ternura
Chegava perto de mim
Uma coisa cochichava
E depois qui me bejava
Me levava pra dromida
Sobre os seus braço lustroso
Aquilo sim era gozo
Aquilo sim era vida.

E depois de me deitar
Na minha pequena rede
Balançava de vagar
Pra não batê na parede
Contando estes lindos verso
Qui neste grande universo
Outro mais belo não vi
Eenquanto ela balançava
Eestes versinho cantava
Eu procurava drumí.

Drome, drome, meu menino
Já chegô a iscuridão
A treva da noite escura
Está cheia de papão
No teu sono terá bejo
Da rosa e do bugari
E os espirito bem fazejo
Te defende do saci

Drome, drome,meu menino
Ja chegou a iscuridão
A treva da noite iscura
Está cheia de papão
Drome teu sono inocente
Com Jesus e com Maria
Até chegar novamente
O clarão do novo dia.

Iscutando com respeito
Estes verso pequenino
Eu sentia no meu peito
Tudo quanto era divino
Nem tuada sertaneja
Nem os bendito da Igreja
Nem os toque de retreta
Im mim ficaro gravado
Como estes verso cantado
Por minha boa Mãe Preta

Mas porém eu bem menino
Qui nem sabia pecae
Os ispim do destino
Começaro a me furar
Mãe Preta qui era contente
Tava um dia deferente
Preguntei o qui ela tinha
E assimqui ela oiô pra eu
Dois pingod'agua desceu
Dos oio da da coiadinha

Daquele dia pra cá
Minha amorosa mãe preta
Não pôde mais me ajudá
Nas pega de barbuleta
Sem prazê sem alegria
Dentro de um quarto vivia
O dia e a noite intêra
Sem achar consolação
Inriba do seu crochão
De foia de bananêra.

Divido ese sofrimento
Naquele seu aposento
No quarto onde ela vivia
Me improibiro de entrá
Pro mode num magoá
Ador qui a pobre sentia.

Eu mermo dizer num sei
Qual foi a srpresa minha
Quando um dia eu acordei
Bem cedo de menhãzinha
Entre na sala e dei fé
Qui um magote de muié´
Tava rezando oração
E vi mãe preta vestida
Numaropana comprida
Arva da cô de argodão.

Senti no peito um cansaço
Depois ums home chegaro
Levantaro ela nos braço
E numa rede botaro
A rede tava amarrada
Numa peça preparada
De madêra bem polida
E naquela mesma hora
Levaro de estrada fora
Minha  Mãe  Preta querida.

Mamãe cum todo carinho
Chorando um bejo me deu
E me disse meu fiinho
Sua mãe preta morreu
E outras coisa me dizendo
Sinti meu corpo tremendo
Me jurguei um pobre réu
Sem consolo e sem prazê
Com vontade de morrer
Pra ver mãe preta no céu.

O coração do inocente
É como terra estrumada
Qui a gente pranta a semente
E a mesma nasce corada
Lutrida e munto viçosa
Na nossa infança ditosa
Quando o amô e a simpatia
Toma conta da criança
Esta sodosa lembrança
Vai batê na cova fria.

Poesia de Antonio Gonçalves da Silva- Patativa do Assaré
Enviada por Jozeneide Pereira de Araújo Braga  IGUATU- CEARÁ.




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domingo, 27 de novembro de 2011

ACRÓSTICO FOLCLORE BRASILEIRO



 01- FOLCLORE É DIVERTIMENTO
       COSTUME E TRADIÇÃO
       PRESERVA NOSSA CULTURA
       É MINHA SATISFAÇÃO.

02-  O FOLCLORE BRASILEIRO
        É BEM DIVERSIFICADO
        TRANSMITIDO ORALMENTE
        É FÁCIL SER PRATICADO

03-   LENDA É UMA HISTÓRIA
         USADA NO LINGUAJAR
        O NEGRINHO DO PASTOREIO
        É UMA LENDA POPULAR

04-  CRENDICE É UMA CRENÇA
        DENTRO DE UM SINCRETISMO
        O CRENDEIRO PARTICIPA
         PRODUZINDO FANATISMO

05- LUIS DA CÂMARA CASCUDO
       FOLCLORISTA BRASILEIRO
       FOI UM GRANDE ESTUDIOSO
       HOMEM PURO VERDADEIRO

06- O LOBISOMEM FALADO
        É UM MITO UNIVERSAL
        TEM AS  ORELHAS DE LOBO
        MISTO DE HOMEM ANIMAL

07-  RENDA FEITA EM ALMOFADA
       TRABALHO TRADICIONAL
       A RENDEIRA TROCA OS BILROS
       DE MADEIRA OU DE METAL

08- ERVA MATE LENDA INDIGENA
       TEM JARY E O ANCIÃO
      DA BEBIDA CAÁ-Y
       DERAM O NOME CHIMARRÃO

09- BOTO É GOLFINHO AMAZÔNICO
       MOÇO ALEGRE E SEDULTOR
      CONQUISTANDO AS MOCINHAS
      É MUITO NAMORADOR

10- REISADO TODOS CONHECEM
       É UMA MANIFESTAÇÃO
       DO FOLCLORE BRASILEIRO
      É UMA GRANDE ANIMAÇÃO

11- AGOSTO É O MÊS DO FOLCLORE
      VINTE E DOIS É O SEU DIA
       É SEMPRE COMEMORADO
       COM A MÚSICA E ROMARIA

12- SANO ANTONIO,SÃO JOÃO E SÃO PEDRO
      FAZEM AS FESTAS JUNINAS
     AS FOGUEIRAS E OS FOLGUEDOS
      ANIMAM BEM AS MENINAS

13- IMPORTANTE É CONHECER
       O FOLCLORE DO BRASIL
       SABER O QUE É REFERENTE
      AO ADULTO E AO INFANTIL

14- LENDO ACERCA DO FOLCLORE
      ENCONTREI A LITERATURA
     MUITOS TEMAS VARIADOS
     DE AMOR E AVENTURA

15- ESCULTURA EM MADEIRA
      TEM NA ARTE POPULAR
      CARRANCAS DO SÃO FRANCISCO
      E ROSTO DE ANJO TRIANGULAR

16- IARA É A MÃE D'AGUA
      VIVE SEMPRE A CANTAR
       TEM A FORMA DE SEREIA
       VIVE NOS RIOS E NO MAR

17- RESSALTAR A IMPORTÂNCIA
      DO FOLCLORE É LEGAL
       RESGATAR E VALORIZAR
       É MESMO FUNDAMENTAL

18- O CAIPORA É MUITO RÁPIDO
       FAZ PACTO COM OS CAÇADORES
      O SACI VIVE MEXENDO
       NAS CASAS DOS MORADORES.
    

 CANOAS, 22 DE AGOSTO DE 2006
 AUTORA: MARIA ADALZIRA DE OLIVEIRA



    
FOLCLORE NA PRÁTICA
PASSEANDO E APRECIANDO O FOLCLORE BRASILEIRO
         Este número é considerado folclórico, artístico e cultural. Deve ser feito faixas individuais para cada Estado, no verso coloca-se a poesia e na frente o nome do Estado (seguir a ordem numérica)
01-   AMAZONAS
Danças folguedos folclóricos
Crendices santos e lendas
Mitos como o uirapuru
Literatura e parlendas
O pato no tucupi
Artesanato e seringueiro
Amazonas representa
O folclore brasileiro.
02- ALAGOAS
Pagode ou samba africano
Tem as árvores encantadas
Os caçadores relatam
No Zumbi pelas estradas
Culinária apreciada
Tem a viola e o pastoril
No sertão de Alagoas
Estado do meu Brasil.
03-BAHIA
É um culto popular
Lavagem da escadaria
E ao Senhor do Bom FIM
O povo faz romaria
Bumba- meu- boi e marujos
Forró junino também
Artesanato famoso
Tudo na Bahia tem.
04-PIAUI
Capote galinha d’Angola
Molho pardo tem ali
Pratos típicos e gostosos.
Do querido Piauí
Pagode do Amarante
Quadrinhas e marujadas
Dança do côco e reisado
Alegra a rapaziada.
05- RIO GRANDE DO NORTE
Rendas lindas e bordados
Cerâmica ornamental
Redes lindas e tapetes
Cera em fibra vegetal
No Rio Grande do Norte
Tem bambelô pra valer
Aruana e Boi Calenga
Tudo ali dá prazer.
06- PARÁ
O pirarucu na chapa
É comida do Pará
Casquinha de caranguejo
E o gostoso tacacá
Festa bem religiosa
É o Círio de Nazaré
Tem carimbo, Boi Bumbá
 O lundu e o toré.
07- PARAÍBA
É lindo por natureza
Belo azul daquele mar
E o verde dos coqueiros
É mesmo de encantar
Até as músicas relatam
Daquele povo o vigor
Todos cantam “Paraíba
Mulher macho, sim senhor.”
08- PARANÁ
Fandango do Paraná
Bela manifestação
Os pares dançam enlaçados
Rodeando o salão
A lenda da gralha azul
Deixa-nos grande lição
Maltratando os pinheiros
Machuca o coração.
09- PERNAMBUCO
Muitos folguedos folclóricos
Maracatu e baião
Vamos lá a Pernambuco
Novenário e procissão
O carnaval de Olinda
A romaria fluvial
Terra do frevo e xangô
 Tudo ali é legal.
10- MARANHÃO
Em volta de São LUIS
Dizem ter uma serpente
Que não para de crescer
Isso assombra a gente
Mário de Andrade fala
Em quaresma e procissão
Rompimento de aleluia
No querido Maranhão.
11- MINAS GERAIS
Boi de manta e Boi Janeiro
Tem o congo e a congada
Pagadores de promessas
E a bonita cavalhada
Angu mineiro, canjica
Se ver em Minas Gerais
Quem come o arroz tropeiro
Não se esquece jamais.
12- SERGIPE
Em Sergipe é São Cristóvão
Um festival conhecido
Bom Jesus dos Navegantes
Também é santo querido
Corrida de jegue alegra
Velho, moço e criança
Por isso é que todos dizem
Que folclore é esperança.
13- CEARÁ
No balneário de Caldas
Lampião se escondia
Visitava o Padre Cícero
E fazia romaria
Na chapada do Araripe
Floresta lá do Nordeste
O Ceará tem seus filhos
Chamados “Cabras da peste.”
14-GOIÁS
Lembramos os Bandeirantes
Nesta Terra dos Cristais
Luta de cristãos e mouros
No Estado de Goiás
O Grupo está ali
E também a cavalhada
A cerâmica é importante
Belas formas decoradas.
15- MATO GROSSO
A tradição do Quarup
É bastante conhecida
Homenageando os mortos
Uma festa divertida
No Mato Grosso existe
Uma linda vegetação
Atraindo os turistas
Causando admiração.
16- MATO GROSSO DO SUL
No Mato Grosso do Sul
Há presença do vaqueiro
Pantanal mato- grossense
Alegra o brasileiro
O rabo do jacaré
É um prato popular
Muitos vão para Bonito
E gostam de mergulhar.


17- SANTA CATARINA
em Santa Catarina
Atividade artesanal
É fazer renda de bilro
De um modo genial
Dança - de - fitas é linda
Tem sanfona e violão
Tudo no ritmo perfeito
Conservando a tradição.
18- SÃO  PAULO
São Paulo tem samba - lenço
Uma dança africana
Tem congada e tem fandango
É um Estado bacana
Dos ritos mais difundidos
É o chamado umbanda
Esta é a magia branca
E a negra é a quimbanda .
19- RIO DE JANEIRO
Belas Escolas de Samba
E a festa de Iemanjá
Mãe de todos os orixás
E a rainha do mar
Lindo Rio de Janeiro
Cantado em verso e em prosa
É chamado no folclore
CIDADE MARAVILHOSA.
20- ACRE
O seringueiro do Acre
Previ-se das enchentes
Construindo suas casas
Com madeiras resistentes
Faz bolotas de borracha
Rito de alumiação
E no dia de finados
Lá não tem escuridão.

21- TOCANTINS
Na Ilha do Bananal
Vive muitos animais
Tocantins é divisão
Do Estado de Goiás
Tem o Boto- cor- de rosa
E tem onça pintada
O caçador sempre conta
Uma história engraçada.
22- AMAPÁ
 Na foz do Araguari
A pororoca acontece
É uma atração turística
Do Amapá que muito cresce
Protegidas pela Lei
São as terras  do Amapá
Preservação da floresta
Todos devem conservar.
23- RORAIMA
A cerimônia mucuxi
E os trabalhos de madeira
A paçoca e a muxica
Caldeirada brasileira
Roraima tem muitos índios
Que enfrentam o garimpeiro
Costumes bem conhecidos
No folclore brasileiro.
24- RONDÔNIA
Em Rondônia tem borracha
E castanha no Pará
Peixes como a Jaturana
E o gado pra criar
Tudo ali é importante
De um modo cultural
Conservam o corredor
Ecológico Binacional.


25- DISTRITO FEDERAL
Brasília é conhecida
Por Distrito Federal
Grande Bandeira hasteada
Do Brasil é a capital
A cruz é a herança indígena
Um símbolo nacional
Cidade considerada
Patrimônio cultural.
26- ESPÍRITO SANTO
Praias de areias ricas
Dunas de grande altura
É um grande produtor
De café na agricultura
A moqueca capixaba
É prato típico do Estado
Espírito Santo querido
E por Deus abençoado.
27- RIO GRANDE DO SUL
Vamos dar uma parada
Contemplando o céu azul
Lindo folclore gaúcho
Do Rio Grande do Sul
A viagem continua
Olhamos pro céu de anil
Estudamos o folclore
Do nosso amado Brasil.

Canoas, 22 de agosto de 2006
Autora: Maria Adalzira de Oliveira




























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VOCÊ SE LEMBRA O QUE É FOLCLORE?

“Silvio Romero tinha razão.
E não há como a poesia pura, a poesia do povo, para afastar de nosso espírito o artificialismo mentiroso que a civilização impõe. Por isso que a ciência do folclore  está destinada  a manter o equilíbrio íntimo do homem. As manifestações  da alma popular nos tornam, mais humanos e verdadeiros. Haverá algo mais enternecedor e humanizante que a nina - nina de uma mãe? Ou do que uma dessas velhas histórias narradas pela vovozinha? Claro que não!”  ( O Momento, 1959)

PATATIVA DO ASSARÉ
Você caboclo que cresce
Sem instrução nem saber
Escuta mais não conhece
Folclore o que quer dizer.
O folclore é um pilão
É um bodoque, um pião
Garanto que também é
Uma grosseira cangalha
Aparelhada de palha
De palmeira ou catolé

Folclore meu camarada
Ouvimos a toda hora
É história de alma penada
De lobisomem ou caipora
Folclore é aquele instrumento
Para o seu divertimento
Que chamamos berimbau
É também a brincadeira
Ritimada e prazenteira
Chamada maneiro  pau


É o aboio magoado
Do vaqueiro na amplidão
É festejo animado
Na debulha do feijão
Carro de boi e gaiola
É desafio á viola
Do cantador popular
É também a toadinha
Da ciranda, cirandinha
Vamos todos cirandar...




CANGAÇO




Conversando com o meu pai sobre o Lampião, os coronéis
e o cangaço no Nordeste ouvi muitas coisas que “Deus nos acuda.”
         As secas no Nordeste eram crudelíssimas gerando terrível sofrimento, principalmente aos que moravam no sertão do Ceará,  Pernambuco e Rio Grande do Norte.
         Os coronéis “casavam e batizavam”. Quanto mais  aliados ,(jagunços) mais poder para fazer o mal. Tomavam terras, animais, dominava tudo e todos com as suas injustiças. Era o banditismo, as histórias deste período são de arrepiar...
         Diante de tal circunstância o povo se dividia. Uns eram acomodados e esperavam o Senhor Deus resolver  a dura situação, outro se revoltavam  e procuravam resolver por meio de rifle, na bala.
         Existia um grupo de pessoas religiosas que apoiavam o banditismo, isto porque no final do Império apareceu um grande cangaceiro de nome Jesuíno Brilhante que roubava dos ricos  para dar aos pobres.
         O cangaço predominou por mais de meio século gerando conflitos, quando a polícia entra nesta história  é de abalar o coração. Dizem que houve muita violência eles agiam  matando em nome da “lei.”
         Os anos foram passando  e no ano de 1897 nasceu Virgulino Ferreira da Silva. Era de uma família  honesta de vida normal.
         Aconteceu um roubo de cabras, ele foi culpado, foi preso e seu irmão o  libertou pela força do rifle. Nesta confusão mataram o filho do delegado de policia que havia prendido Virgulino. Então começou a grande questão entre as duas famílias que antes se davam muito bem.
         Os dois irmãos fugiram pra Alagoas, seus pais também mudaram do local, a mãe deles faleceu e um sargento de nome  José Lucena assassinou  o Sr. Ferreira.  Quando os filhos avistaram o pai morto juraram que daquele dia em diante  o luto seria o rifle e a cartucheira e que se fosse preciso botavam fogo em Alagoas.
         Foi daí que o Virgulino passou a ser chamado de Lampião, era perverso, matava destruía, muitos diziam que ele era a encarnação do demônio. Um grande atirador, o seu fuzil era um clarão, parecia mesmo ter prazer em atirar e o fuzil clarear.
         O  Padre Cícero Romão Batista  convidou-o para ajudar o governo no combate aos revolucionários no tempo da Coluna do Prestes.
         Aos 33 anos ele conheceu Maria Déia que entrou no bando e passou a ser chamada de Maria Bonita a mulher do Capitão. Viveram 7 anos, tiveram uma filha. Mas um dos seus homens de nome Pedro Cândido o traiu. Ele foi degolado junto a Maria Bonita e assim acabou o bando dos cangaceiros de Lampião em 1938.

sábado, 26 de novembro de 2011

O JUDAS E OS CARETAS

Quando se fala em Judas vem logo na mente o apóstolo Judas Iscariotes que traiu Jesus por 30 moedas de prata.A história diz que quando Judas viu Jesus condenado ficou co remorso por ter traído o sangue inocente e atirou as moedas para o santuário. No entanto, os sacerdotes não aceitaram  a deitá-las no cofre das ofertas porque era preço de sangue. Com as mesmas foi comprado o Campo do oleiro, para cemitério de forasteiro-  Campo de sangue.
Judas Iscariotes morreu enforcado.
         O Judas e os caretas é uma tradição cultural popular cujas raízes  são da Península  Ibérica que veio para o Brasil no período da colonização.
         Esta manifestação popular é apresentada na Semana Santa.
         Os caretas assim chamados colocam máscaras e mudam o timbre de voz para não serem identificados.
         O Judas dos caretas é um boneco feito de palhas ou pano velho. Ele é sempre colocado no tronco de uma árvore frondosa e depois é rasgado e queimado.
         Os caretas andam pelos sítios, nas roças e nas casas pedindo dinheiro, alimentos, animais e afinal tudo  o que é arrecadado é colocado em uma quinta, espécie  de propriedade rústica. Aos pés do tronco de uma árvore  o boneco está pendurado e será queimado no sábado de aleluia.
         O pessoal da comunidade que quer conseguir algo da quinta  enfrenta a raiva dos caretas .
         Em algumas regiões colocam o Judas no meio das roças. Uns dizem que é símbolo  de cultos agrários, outros que é um espantalho para espantar as aves que vêm comer os frutos da lavoura.
         Dizem que o Judas deve ser queimado na Semana Santa porque é símbolo da força do mal.
         Antes do Judas ser queimado é lido um testamento feito pelo grupo folclórico - Os Caretas. Esta parte é bem humorística. Os objetos do boneco são doados para as pessoas da comunidade. O nome do objeto deve rimar ou soar com o nome da pessoa.
Exemplo:
O chapéu - para o Manuel
O cinturão- para o João
O relógio -para o George
Os objetos arrecadados são divididos em comum para os componentes  do grupo, após o almoço no Domingo de Páscoa.
         Depois cantam, dançam e se cumprimentam com: FELIZ PÁSCOA!!!

TERNO DE REIS



Em algumas regiões é conhecido por Tiração de Reis e conduzem a Bandeira do Divino.
                   O grupo é composto por itinerantes de qualquer idade. Conduzem instrumentos  de percussão e cantam em duas vozes um canto longo levando mensagem de paz e amor aos donos da casa. No canto o grupo enaltece  os Reis Magos que vieram do Oriente  visitar o Deus Menino.
                   Os donos da casa abrem a porta e servem comes e bebes aos foliões. Após a confraternização os donos da casa contam bênçãos alcançadas, “dizem que quem não abre a porta para receber o grupo, naquela família acontecerá coisas desagradáveis.” Enfim, o grupo convida aquela família visitada para participar de uma Ceia  no dia 6 de janeiro ou 2 de fevereiro. Datas de encerramento da Manifestação folclórica que sempre inicia no Natal.
                   No dia da Ceia chamada de Ceia Abençoada ou Ceia da Família, cada família leva os ingredientes necessários e comem, bebem e dançam em unanimidade, como viviam os primeiros cristãos.
                   Tudo o que é arrecadado é dividido  em comum com alegria e singeleza  de coração.

                   MÚSICA DO CANTO INICIAL
PRIMEIRA VOZ- 24 de dezembro/ Acampina floresceu
SEGUNDA VOZ- 24 a meia - noite/ Menino Jesus nasceu .
PRIMEIRA VOZ- Os 3 Reis quando souberam/ Fizeram sua jornada
SEGUNDA VOZ- Arrearam  os seus camelos/ E saíram de madrugada .
PRIMEIRA VOZ-  Meu Senhor dono da casa/ Abra a porta acenda a luz
SEGUNDA VOZ- Venha nos dar uma esmola/ Pelo nome de JESUS.
PRIMEIRA VOZ- Esta casa é tão bonita/ Por dentro por fora não
SEGUNDA VOZ-  Por dentro cravo e rosa/  Por fora manjericão
PRIMEIRA VOZ-  Estamos aqui em  vossa porta/ Em figura de raposa/
SEGUNA VOZ- Salve o dono da casa/  E a sua digna esposa
PRIMEIRA VOZ- Esta casa é tão bonita/ Desde o chão a cumeeira
SEGUNDA VOZ- Salve o dono da casa/ Com a sua companheira.

                                      CANTO FINAL
O 3 REIS DO ORIENTE/QUEREM VISITAR JESUS/ OBRIGADO PELA  ACOLHIDA/ PODEM APAGAR A LUZ.

                                               

BUMBA- MEU – BOI


BUMBA- MEU – BOI
A  origem do Bumba- meu- boi é bastante diversificada. Alguns  afirmam ter surgido no ciclo do couro, na área campestre. É um espetáculo folclórico exibido como bailado popular dramático formado em cortejo.
         No enredo o personagem principal é o boi. Feito com panos coloridos, num arcabouço de madeira, que caiba uma pessoa recurvada dentro, capaz de fazer movimentos coreográficos.
         O Bumba -meu- boi  é sempre apresentado no período junino. No desfile de personagens, o boi, é o primeiro que entra guiado pelos vaqueiros. Estes muitas vezes vêm com máscaras, preferindo não serem reconhecidos durante a apresentação. Entram cantando:
                   Meu boi bonito - ê bumba
                   Chegue pra frente- ê bumba
                   Faz continência - ê bumba
                   Afaste este povo - ê bumba
                   Faça meia lua - ê  bumba
                   Faça lua intera - ê bumba
                   Fique quietinho -ê bumba
         Após esta música onde o boi dança, dá chifrada e depois se acalma, vai entrando os outros personagens. Cada um tem o seu significado. Ex. O índio,  Jaraguá,  Burrinha,  Sr. Anastácio,  Caipora, Babau,etc
                            Canto
O INDIO É LINDO, ELE É DANÇARINO, ELE ENTROU NA RODA, PRA DANÇAR SOZINHO, SOZINHO EU NÃO DANÇO E NEM HEI DE DANÇAR , HEI DE ENCONTRAR ALGUÉM PARA SER O MEU PAR.
Coro: Dança  dança  meu benzinho...
         Os vaqueiros cantam apresentando na roda um a um das figuras mencionadas Depois que o boi é tido por morto os vaqueiros cantam.
         O meu boi morreu/ Que será de nós/ Vamos buscar outro maninho/ Lá no Arneiróz.
         O meu boi morreu /O que será de ti/ Vamos buscar outro maninho/ Lá no Piauí.
         O meu boi morreu/ O que será de mim/ Mando buscar outro maninho/  Em Quixeramobim.
Obs. Pode ser acrescentados outros nomes de cidades e outros tipos de doenças como: um mal na pá (em Quixadá0.
Um mal no pé (em Canindé ou no Assaré)
         Após o canto dos vaqueiros, um dos tais sugere dividir o boi, ou seja as partes do boi para o povo da comunidade. Todos concordam e começa a cantilena.
A partilha do boi deve ser repartido com os nomes das pessoas presentes ao evento.
Ex. O PÉ PARA O ZÉ/ A MÃO PARA O JOÃO/ O PATIM PARA O JOAQUIM/ O PEITO PARA O PREFEITO/ A RABADA  PRA RAPAZIADA.
A parte do boi deve rimar com o nome da pessoa. Ex.
                            Nosso boi chegou
                            Lá do estrangeiro
                            E o coração
                            É pra seu Guerreiro.
Depois do boi ressuscitado, tradicionalmente com um clister, representado por um menino que é empurrado a força no trazeiro do boi (É bom antes combinar e ficar em sigilo)  Logo que o boi se levanta todos gritam: O BOI RESSUSCITOU!!!
         É dançado um lindo bailado em ritmo animado, enaltecendo o nome das autoridades, agradecendo aos apoiadores do evento, ao povoem geral, numa espécie de despedida.
         PODE SER ADAPTADO
Os personagens do espetáculo giram em torno do boi
                   MÚSICA FOLCLÓRICA
Abra a roda / Vamos vadear/ Cavalheiro troque dama/ Cada par em seu lugar
O nosso Bumba- meu boi/ Tradição deste lugar/ É um dos nossos folguedos/  Vamos todos conservar.
O povo de Aiuaba/  Vamos homenagear/ E o nosso Bumba- meu- boi/
Vamos sempre apresentar.
Respeitamos  toda gente/Da nossa sociedade/ Saudamos com alegria/ As nossas autoridades
O povo de nossa Terra/ Tem bastante educação
E conservam este boi/ Como uma tradição.

O BOI LEVANTA- OS VAQUEIROS O CONDUZ CANTANDO E OS PERSONAGENS (FIGURAS) EM FORMA DE DESFILE O ACOMPANHAM RESPONDENDO  O REFRÃO DA CANÇÃO.
         Meu boi bonito - ê bumba
         Vamos embora- ê bumba
         Se despede da platéia - ê bumba
         Dar nos vaqueiros – ê bumba
         Dança bonito - ê bumba
         Faça meia lua - ê bumba
         Faça a lua inteira - ê bumba
         Adeus minha gente -ê bumba
         Até o próximo ano - ê bumba
         Se vivo eu for - ê bumba
         Adeus criançada - ê bumba
         Vamos com saudades- ê bumba
         Fiquem com Deus – ê bumba
         E muito obrigado – ê bumba.
        



        

                  

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O SABE TUDO

Certo  homem pensava saber tudo. Saiu a cavalgar e  parou um pouco para refletir  à sombra de uma jabuticabeira.
 Começou pensar na sua inteligência e armou uma rede nos galhos da árvore, deitou-se na mesma.
Ele dizia consigo: Deus fez tudo errado, esta jabuticabeira tão grande e os frutos  tão pequenos... Enquanto esta aboboreira tão pequena  se arrastando pelo chão e os frutos tão grandes... Está invertido, se dependesse de mim eu trocaria os frutos. SOU BEM MAIS INTELIGENTE DO QUE O CRIADOR, POR ISSO É QUE ME CHAMAM DE SABE TUDO.
De repente, caiu uma jabuticaba no seu nariz e o sangue  do nariz não parava ,o Sabe Tudo muito aflito  lembrou  de tanta bobagem que dizia ou de repente fazia, daí disse: Ah! Deus é sábio! Eu sou um ignorante, já pensou se fosse uma abóbora que tivesse caído no meu nariz... Eu tinha quebrado a cara...  kkkkkkk
DEUS E INFINITAMENTE SÁBIO!!!
Após ser chamado de homem de cor, o crioulo vira-se para o homem e diz:  Meu caro irmão branco, quando eu nasci, eu era negro, depois eu cresci e continuei negro: quando eu pego sol, eu sou negro,quando sinto frio eu permaneço negro, quando eu tenho medo, eu sou negro, quando adoeço, continuo negro.e o dia em que eu morrer, ainda serei negro. Enquanto que você, homem branco, quando você nasce, você é rosa: quando você cresce, você fica branco: quando você pega um sol, você fica vermelho: quando sente frio, fica azul: quando sente medo, fica verde: quando adoece fica amarelo e quando você morrer, vai ficar cinza. Então, meu amigo, como é que você ainda tem a cara de pau de me chamar de homem de cor?!
O Almanaque do Pensamento foi publicado  em 1912, EDITORA PENSAMENTO. Meu pai comprava anualmente este famoso almanaque  por conter muito da literatura brasileira , astrologia, culinária e afinal assuntos interessantes.
Quando criança li historinhas do referido almanaque que ainda hoje repasso para os meus leitores que gostam de rir.
                                                             O  ESPELHO
Muito longe daqui existia um vendedor ambulante que estava sempre viajando e trazendo novidades para os seus freguezes.
Certo dia, chegou de uma longa viagem e a esposa saudosa o abraçava e pedia onde está o meu presente?
 Ele muito faceiro e consciente de ter lembrado da esposa  abriu a mala  e entregou o presente à amada esposa. Ela abriu a embalagem e ficou pasma! Começou a chorar, chorando sem parar.  A mãe interrogou-a por que choras tanto minha filha?
Ela respondeu: Veja o que o meu digno esposo trouxe de presente para mim,que desaforo e logo pra dentro de casa. .. A mãe tremendo talvez de raiva pegou o objeto desconhecido e ao se ver disse com muita segurança. Não chores filha, a mulher que teu marido trouxe para dentro de casa é velha e feia, tu és bem mais nova e mais bonita. ..
O OBJETO  ERA UM ESPELHO , kkkkkkk.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

CULTURA, ARTE E LAZER

A aplicação dos dons artísticos no desenvolvimento das ciências se manifestam na poesia, nas brincadeiras, nas canções na arte popular, no conjunto das tradições dos antepassados e na memória social enfatizando a sua cultura.
Como resultado da união da cultura do índio, do europeu e do africano surgiu o folclore brasileiro.
O coração de um bom patriota é como um armazém, um depósito que guarda muitas coisas em relação as origens culturais resgatando o folclore de sua Terra Natal.
 “Na cabeça de muitos folclore é tudo o que homem do povo faz e reproduz como tradição.Na  de outros o domínio do que é folclore é tão grande como o que é cultura. Para alguns pesquisadores as duas palavras são sinônimos e podem suceder-se sem problemas em um mesmo parágrafo” (Carlos  Rodrigues Brandão, O que é folclore- página 23)
Com muita sabedoria Luis da Câmara Cascudo mistura uma coisa  com a outra e define folclore como “a cultura do popular tornada narrativa pela tradição.”

Lembrando algumas manifestações artísticas e tradições culturais de Aiuaba -  minha Terra Natal, Aiuaba dos  dias, de minha infância, quando foi inventado um Grupo folclórico que tinha como meta preservar os costumes e valorizar a cultura popular da nossa gente, despertando respeito, sentimento, amor pelas coisas naturais tecendo saberes e sabores. Fatos que ficam na memória  de quem defende a cultura e o folclore através das manifestações artísticas apresentadas na dança, na música e tudo o que estiver ligado ao Centro  das Artes.
A alma e o sentimento do povo já se manifestava nas simples cantigas de rodas
                   Ó  Maria
Você gosta de mim ó Maria
Eu também de você ó Maria
Vou pedir ao seu pai, ó Maria
Para casar com você, ó Maria...

PROVÉRBIOS

Quando se fala em provérbios o que nos vêm a mente é o  Livro bíblico Provérbios de Salomão, Livro que ensina a aconselhar, deve ser lido por aqueles que pretendem alcançar a sabedoria.

         Provérbios populares, alguns dizem: máxima , adágio, ditado, uma sentença que geralmente em poucas palavras expressa ensinamentos e possuem  ligação bíblica.”
         “Quem com ferro fere, com ele será ferido”
         Muitas máximas se apresentam em rima. Ex.
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.

01-   Em briga de marido e mulher, não devemos meter a colher.
02-   Quem conta um conto,acrescenta um ponto
03-   Quem não arrisca não petisca.
04-   A ocasião faz o ladrão.
05-   A galinha da vizinha é sempre melhor que a minha.
06-   Cada um por si e Deus por todos.
07-   Dar a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus.
08-   Depois da tempestade vem a bonança.
09-   Deus ajuda a quem cedo madruga.
10-   Deus escreve certo por linhas tortas.
11-   Filhos criados, trabalhos dobrados.
12-   Muito riso, pouco siso.
13-   Pobreza não é vileza.
14-   Quem canta , seu mal espanta.
15-   Quem diz  o que quer, ouve o que não quer.
16-   Sol e chuva, casamento de viúva.
17-   Tal pai, tal filho.
18-   Brigam as comadres e descobrem as verdades.
19-   Boa árvore, bons frutos.
20-   Briga de namorados, amores dobrados.
21-   De médico e de louco, todo mundo tem um pouco.
22-   Deitar cedo e cedo erguer, dar saúde e faz crescer.
23-   Ninguém é profeta em sua terra.
24-   Quem dá aos pobres empresta a Deus.