INICIO

Este Blog é para expor publicações periódicas que contribuam para desenvolver atividades artísticas culturais e recreativas dentro de uma postura construtiva através da Pedagogia da Animação, ampliando diversos conceitos da qualidade total nas áreas de Recreação, Folclore, Literatura e Música. Produzindo conhecimentos interdisciplinares no aprimoramento da cidadania.

sábado, 21 de dezembro de 2013

A ARTE DE DECLAMAR POESIA - ELIZANA SARAIVA MEIRA, POEMAS DE MYRTES MATHIAS



Elizana Saraivapublicou emPoemas de Myrtes Mathias
A ARTE DE DECLAMAR POESIA

Por Elizana Saraiva Meira - (declamadora)

O declamar de um poema requerer alguns passos indispensáveis para a compreensão da mensagem a ser emitida. Como toda arte, a forma de exprimi-la é essencial para o encantamento do apreciador. Para nós evangélicos, a primeira coisa a se fazer é o dobrar de joelhos, nos submetendo à vontade do Senhor, que nos inspira a mensagem a ser repassada; todo o resto são apenas arremates necessários como zelo, para executarmos a poesia, da melhor forma possível em louvor ao nosso Paizinho.
Este preparo é primordial não apenas no servo declamador, mas em toda e qualquer obra para qual somos convocados por Deus, que nos confirma através de Sua palavra: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” (Eclesiastes – 9:10). Partindo deste princípio, estaremos discorrendo sobre alguns passos importantes no auxilio a todos que desejam iniciar este ministério inebriante, que toca bem fundo no coração dos expectadores.

1º Passo - A ESCOLHA DA POESIA A SER DECLAMADA

• Teor – a escolha da poesia a ser declamada, deverá estar em sintonia com o tema do culto ou evento a se participar. É importante que antes de escolhê-la, procure a direção e se inteire do assunto.

• O Tempo – é necessário saber quanto tempo disponibilizarão para se declamar a poesia. Isso evitará a impaciência do público, por ultrapassar o horário com uma poesia extensa em demasia. Treine antecipadamente, medindo o tempo da poesia.

• A Escolha da Poesia – jamais escolha uma poesia, se ela não falar profundamente no seu íntimo. Não somos nós que escolhemos a poesia, mas ela nos escolhe. Quando lemos uma poesia, nos entranhamos nela e ela em nós, numa sintonia maravilhosa. Vestimos a poesia, interiorizando-a, para só então compartilharmos com os outros, que reconhecerão a verdade na obra, através do descortinar de nossa própria verdade pactuada com ela.

2º Passo - APARÊNCIA DO DECLAMADOR

• Trajes - Quando nos preparamos para subir em um palco, altar ou quaisquer locais que nos evidencie, necessitamos nos trajar com cautela. Os trajes escolhidos para esta ocasião devem estar em sintonia com o local, tipo de evento, público alvo. Evidentemente, que estes jamais deverão ser chamativos ao ponto de deter a atenção do ouvinte, mas sóbrios e compostos.
Lembre-se que em alguns momentos, você terá de gesticular, não corra o risco de deixar transparecer para o público, suas roupas íntimas.
Existem eventos e plateias que requerem trajes mais esportivos e alegres; mas não exagere nas misturas de cores que desagradem a leitura visual da sua pessoa.

• Cabelos – deverão estar bem alinhados. Prefira mantê-los presos, para que durante a apresentação estes não venham atrapalhar a sua performance.

3º Passo - POSTURA CORPORAL

• Mãos – é bem comum durante a declamação, ficarmos perdidos, sem saber o que fazer com as mãos. Normalmente, quando há necessidade de segurar um microfone com uma das mãos, a outra fica livre para ser utilizada na gesticulação. Seja esta, feita com uma ou ambas as mãos, deverá ser comedida, pois exageros demasiados dispersam a atenção do público. O mover de mãos deve ser de acordo com o que se deseja evidenciar no poema. Deve exprimir o sentimento ou ato de que fala a poesia.
Nunca, jamais, coloque as mãos no bolso ou para trás, ela é um instrumento de voz, e deve ser uma forma de afirmação e confirmação de sua fala.

• Olhos – mantenha seu olhar no seu público. Evite olhar para uma única pessoa, ou para um ponto único no chão, na parede ou teto do recinto. Olhe para todos, sem olhar para ninguém. Exprima nestes olhares a emoção da poesia. Se esta pedir, ou se sua roupagem poética exigir, você pode e deve chorar. Evidentemente, um choro comedido, de forma a não deixar que a emoção exacerbada prejudique o discorrer do poema até o final.

• Corpo – Seu corpo deve exteriorizar todo sentimento do seu interior com relação à sua fala. É com o corpo que você vai exprimir a emoção que a poesia te toca. Jamais fique andando excessivamente no palco, evite ficar de costas para o público. Você poderá representar corporalmente partes de sua fala com algumas expressões, desde que não sejam exageradas.

4º Passo - ENTONAÇÃO DA VOZ

• A tonalidade da voz dependerá exclusivamente, da mensagem a ser emitida e da força que ela deva produzir na emoção do ouvinte. A voz deverá ser: suave, branda, grave, pausada, alta, média, baixa, quando o texto declamado pedir esta especificidade de tons. É comum ao estarmos findando a poesia, utilizarmos o recurso do fraseado pausado.

5º Passo - MÚSICA DE FUNDO

• A música de fundo é um instrumento que dá emoção e vida à poesia. Sinta a música entrar em você, para que você dê vida a ela, através da poesia a ser declamada. Quando o uso da música é preparado antecipadamente com ensaios, temos um recurso que segue os estímulos pedidos pelo poema; quando numa frase de grande efeito, a tonalidade da música é alternada simultaneamente à nossa fala, isto tende provocar a emoção específica, no público. Para isso você precisará do auxílio de outra pessoa, que deverá estar atenta à sua fala, dosando a música à medida necessária. Porém, se isto não for possível, procure escolher uma música antecipadamente, dando preferência às melodias sem letras. Certifique-se de que o tempo da música seja semelhante ao da poesia, para que não haja enormes silêncios durante a troca de música. Acredito que a utilização de uma única música, mesmo que reproduzida repetidas vezes, seja mais eficaz. Prefira músicas de cadência mediana, nem agitadas ou paradas demais.

6º Passo - OUTROS FATORES RELEVANTES

• Autoria da poesia – dê ao autor os créditos que ele merece, por ter criado a arte pela qual você se apaixonou e resolveu partilhar com outros. Esta referência poderá ser feita no princípio, ou no final da poesia: de Myrtes Mathias (autora) – Noite Feliz! (nome da poesia) – “Noite feliz nas ruas... nas casas... e nos sinos... Não no coração de Zé Américo!...” (texto).

• Conteúdo da poesia – alguns declamadores costumam lançar mão de artifícios adaptativos, onde alteram o gênero, palavras atuais, expressões. Apesar de observar que nessas adaptações, a essência da obra não é adulterada; particularmente eu não o faço. Prefiro manter a poesia da forma original, sem alterar expressões, palavras ou rimas.

• Explicações sobre a poesia – não há necessidade de se explicar a poesia que você irá declamar. Ela fala por si só. Quando paramos para fazer menção à poesia, quebramos o suspense e impacto que ela deve gerar. Portanto, pegue o microfone e declame sua poesia, e, ao término, deixe que ela se encerre por si própria.

• Decorar – para que seja declamada, a poesia deverá ter sido decorada por completo anteriormente. Só tendo-a toda na mente, é que você conseguirá dar vida à poesia com o resto de seu corpo.

• Esquecimentos de palavras ou frases – caso ocorra, não deixe transparecer que você esqueceu parte da poesia, procure prosseguir sem demonstrar ou justificar o esquecimento.

• Como decorar - uma forma de não se perder durante a apresentação da poesia, é decorando partes inteiras, de forma sequencial, o que te trará à memória o que virá uma após outra. Se você tem dificuldade em decorar somente lendo, tente escrever diversas vezes, lendo em voz alta, assim exercitará simultaneamente quatro sentidos essenciais: visão, audição, fala e escrita; o que permitirá que sua mente assimile melhor o conteúdo a ser apreendido.

Espero que este artigo inspire, esclareça e contribua para o seu desenvolvimento na Arte de Declamar Poesias.
Que o Senhor Jesus possa te abençoar neste ministério de declamadora, inspirando e te conduzindo em todos os momentos que Ele oportunizar a partilha de sentimentos e emoções que nos eleva a poesia.

Com Carinho,

Elizana Fênix – 20/02/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário