DECLAMAÇÃO
Arte de pronunciar um discurso. A oratória ocupa-se da declamação em público; o teatro é o espaço de declamação interpretativa de um texto literário do modo dramático. No teatro clássico, a declamação é inseparável do estilo e da versificação. Declamar é quase sinónimo de cantar. Na tragédia, sendo a representação teatral marcada por uma grande solenidade e por uma atmosfera bastante artificial, a dicção torna-se silábica e monótona, com apenas dois acentos (na cesura e no final do verso).
Na retórica antiga, a declamação fazia parte dos exercícios preparatórios na formação dos futuros oradores que buscavam a perfeição da eloquência. A partir de um assunto de carácter geral, os estudantes deviam declamar textos vulgares, daí um certo sentido pejorativo que a declamação terá, por exemplo, a partir do século XVII porque representa uma forma não natural de expressão. Em particular com o nascimento e evolução da ópera e com a afirmação do teatro francês de Racine e Corneille, a declamação passa a ser vista como um sinónimo de afectação e artificialidade.
Na poesia, a declamação de um texto exige que o recitador se distancie da dicção da linguagem quotidiana e encontre o tom adequado à natureza do texto que está a declamar. Uma coisa é recitar um soneto clássico e outra bem diferente é recitar um poema de Álvaro de Campos, o que deve significar que a tipologia do discurso é importante para sua concretização recititiva. Alguns aspectos formais podem também influir na declamação poética: a rima, as pausas e as cesuras, a colocação dos acentos rítmicos, o vocabulário, etc. A intensidade da leitura recitativa está também intimamente ligada ao timbre de voz do locutor e à sua capacidade de interpretação da expressividade do poema. O excesso de afectação na leitura pode redundar numa recitação artificial ou totalmente inadequada ao texto. O contexto do exercício da declamação pode ainda influir no tipo de intensidade posto na leitura — o público determina sempre um certo grau de ansiedade de influência no declamador.
Dene Barnett: "La Vitesse de la declamation au theatre (XVIIe et XVIIIe siècles","Dix-Septième Siècle" 32, 128 (1980); Georges Lote: Histoire du vers français, vol. VIII: Le XVIIIe siècle: II. La Declamation (1994); M. Bernard: L' Expressivité du corps (1976); Marc VanderPoel:"The Latin Declamatio in Renaissance Humanism",The Sixteenth-Century Journal, 20, 3 (Kirksville, MO, 1989).
Na retórica antiga, a declamação fazia parte dos exercícios preparatórios na formação dos futuros oradores que buscavam a perfeição da eloquência. A partir de um assunto de carácter geral, os estudantes deviam declamar textos vulgares, daí um certo sentido pejorativo que a declamação terá, por exemplo, a partir do século XVII porque representa uma forma não natural de expressão. Em particular com o nascimento e evolução da ópera e com a afirmação do teatro francês de Racine e Corneille, a declamação passa a ser vista como um sinónimo de afectação e artificialidade.
Na poesia, a declamação de um texto exige que o recitador se distancie da dicção da linguagem quotidiana e encontre o tom adequado à natureza do texto que está a declamar. Uma coisa é recitar um soneto clássico e outra bem diferente é recitar um poema de Álvaro de Campos, o que deve significar que a tipologia do discurso é importante para sua concretização recititiva. Alguns aspectos formais podem também influir na declamação poética: a rima, as pausas e as cesuras, a colocação dos acentos rítmicos, o vocabulário, etc. A intensidade da leitura recitativa está também intimamente ligada ao timbre de voz do locutor e à sua capacidade de interpretação da expressividade do poema. O excesso de afectação na leitura pode redundar numa recitação artificial ou totalmente inadequada ao texto. O contexto do exercício da declamação pode ainda influir no tipo de intensidade posto na leitura — o público determina sempre um certo grau de ansiedade de influência no declamador.
Bibliografia
Dene Barnett: "La Vitesse de la declamation au theatre (XVIIe et XVIIIe siècles","Dix-Septième Siècle" 32, 128 (1980); Georges Lote: Histoire du vers français, vol. VIII: Le XVIIIe siècle: II. La Declamation (1994); M. Bernard: L' Expressivité du corps (1976); Marc VanderPoel:"The Latin Declamatio in Renaissance Humanism",The Sixteenth-Century Journal, 20, 3 (Kirksville, MO, 1989).
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