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Este Blog é para expor publicações periódicas que contribuam para desenvolver atividades artísticas culturais e recreativas dentro de uma postura construtiva através da Pedagogia da Animação, ampliando diversos conceitos da qualidade total nas áreas de Recreação, Folclore, Literatura e Música. Produzindo conhecimentos interdisciplinares no aprimoramento da cidadania.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

MANIA DE AMAR, CARLOS DRUMMOND DE ANDRAD




O jardineiro conversava com as flores, e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.
Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião.
O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.
Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. "Você o tratava mal, agora está arrependido?" "Não, respondeu, estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava".Carlos Drummond de Andrad

quarta-feira, 29 de abril de 2015

PÁTRIA AMADA GENTIL - VANIA TAQUES JAGUARIAIVA, PR, POR CORREIO ELETRÔNICO




Pátria amada gentil

Pátria

Pátria amada gentil
verdes matas, Brasil.
Várias raças e cores
futebol, mil amores.
Tenho graça e beleza
Abençoado na fé
Sou um bom brasileiro
trago o samba no pé.
Do Brasil senhoril:
realeza e pobreza.
Quem te vê
e quem te viu
Como cresceste, Brasil!
Independência ou Morte!
ecoou um grito ao rumo norte,
às margens do grande rio.
A liberdade chegou
para a pátria querida
de horizonte dourado
que tem céu cor de anil,
de solo e povo abençoados
pátria amada Brasil.
Vania Taques Jaguariaíva, PR, por correio eletrônico

domingo, 26 de abril de 2015

CORA CORALINA - PENSADOR

Cora Coralina

 

 

 

 

Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1889 - 1985) foi uma poetisa e contista goiana. [Biografia de Cora Coralina]
1 - 25 do total de 63 pensamentos de Cora Coralina
Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina
O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.
Cora Coralina
O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da vida.
Cora Coralina
Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. "Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."
Cora Coralina
Humildade



Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.
Cora Coralina
Conclusões de Aninha

Estavam ali parados. Marido e mulher.
Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça
tímida, humilde, sofrida.
Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho,
e tudo que tinha dentro.
Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar
novo rancho e comprar suas pobrezinhas.

O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula,
entregou sem palavra.
A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou,
se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar
E não abriu a bolsa.
Qual dos dois ajudou mais?

Donde se infere que o homem ajuda sem participar
e a mulher participa sem ajudar.
Da mesma forma aquela sentença:
"A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar."
Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada,
o anzol, a chumbada, a isca, apontar um poço piscoso
e ensinar a paciência do pescador.
Você faria isso, Leitor?
Antes que tudo isso se fizesse
o desvalido não morreria de fome?
Conclusão:
Na prática, a teoria é outra
Cora Coralina
Poeminha Amoroso

Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...
Cora Coralina
O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes.
Cora Coralina
Coração é Terra que Ninguém Vê

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.

Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente
a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão

Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração. Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia. Porta fechada,
foi que encontrei...
Cora Coralina
Assim Eu Vejo a Vida

A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
Cora Coralina
Fiz a escalada da montanha da vida
removendo pedras e plantando flores.
Cora Coralina
Todos estamos matriculados
na escola da vida,
onde o mestre é o tempo.
Cora Coralina
Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos.
Cora Coralina
Poeta, não é somente o que escreve.
É aquele que sente a poesia, se extasia sensível ao achado de uma rima à autenticidade de um verso.
Cora Coralina
Se temos de esperar,
que seja para colher a semente boa
que lançamos hoje no solo da vida.
Se for para semear,
então que seja para produzir
milhões de sorrisos,
de solidariedade e amizade.
Cora Coralina
Nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Cora Coralina
O Cântico da Terra

Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.
Cora Coralina
Meu Destino

Nas palmas de tuas mãos
leio as linhas da minha vida.

Linhas cruzadas, sinuosas,
interferindo no teu destino.

Não te procurei, não me procurastes –
íamos sozinhos por estradas diferentes.

Indiferentes, cruzamos
Passavas com o fardo da vida...

Corri ao teu encontro.
Sorri. Falamos.

Esse dia foi marcado
com a pedra branca da cabeça de um peixe.

E, desde então, caminhamos
juntos pela vida...
Cora Coralina
Coração é terra que ninguém vê.
Cora Coralina
Que pretendes, mulher?
Independência, igualdade de condições...
Empregos fora do lar?
És superior àqueles
que procuras imitar.
Tens o dom divino de ser mãe.
Em ti está presente a humanidade!
Cora Coralina
Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores.
Cora Coralina
Aninha e Suas Pedras

Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
Cora Coralina
Oração do Milho

Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso, nasce e cresce na terra descuidada. Ponho folhas e haste e se me ajudares Senhor, mesmo planta de acaso, solitária, dou espigas e devolvo em muitos grãos, o grão perdido inicial, salvo por milagre, que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo. E de mim, não se faz o pão alvo, universal.
O Justo não me consagrou Pão da Vida, nem lugar me foi dado nos altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial dos que trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.
Sou de origem obscura e de ascendência pobre. Alimento de rústicos e animais do jugo.
Fui o angú pesado e constante do escravo na exaustão do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante. Sou a farinha econômica do proletário.
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em terra estranha.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paiois.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece.
Sou o carcarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal, agradecida a Vós, Senhor, que me fizeste necessária e humilde
Sou o milho.
Cora Coralina
Mãe

Renovadora e reveladora do mundo
A humanidade se renova no teu ventre.
Cria teus filhos,
não os entregues à creche.
Creche é fria, impessoal.
Nunca será um lar
para teu filho.
Ele, pequenino, precisa de ti.
Não o desligues da tua força maternal.

Que pretendes, mulher?
Independência, igualdade de condições...
Empregos fora do lar?
És superior àqueles
que procuras imitar.
Tens o dom divino
de ser mãe
Em ti está presente a humanidade.

Mulher, não te deixes castrar.
Serás um animal somente de prazer
e às vezes nem mais isso.
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
Tumultuada, fingindo ser o que não és.
Roendo o teu osso negro da amargura.
Cora Coralina
Melhor do que a criatura,
fez o criador a criação.
A criatura é limitada.
O tempo, o espaço,
normas e costumes.
Erros e acertos.
A criação é ilimitada.
Excede o tempo e o meio.
Projeta-se no Cosmos.
Cora Coralina
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O PRINCIPE DOS POETAS BRASILEIROS FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO

Home O
Olegário Mariano

Maria do Carmo Andrade
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco


O Príncipe dos Poetas Brasileiros
    

       
Olegário Mariano Carneiro da Cunha, filho de José Mariano Carneiro da Cunha, herói pernambucano da Abolição e da República, e de Olegária Carneiro da Cunha, nasceu no Poço da Panela, arrabalde da cidade do Recife, estado de Pernambuco, no dia 24 de março, no mesmo ano da Proclamação da República, em 1889.

Olegário Mariano mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, aos oito anos de idade. Inicialmente morou na Aldeia Campista, em seguida no Flamengo e depois no Cosme Velho onde foi vizinho de Machado de Assis.

Escrevia poesia antes mesmo dos 13 anos. Em 1904, então com 15 anos, publicou o seu primeiro livro: Visões de moço, prefaciado por Guimarães Passos. Passou então a colaborar nas revistas Fon-Fon, Careta Para Todos,publicadas no Rio de Janeiro.

 Estudou no Colégio Pio-Americano. A orientação e estímulo para os versos vieram de um de seus professores, Alberto de Oliveira, que lhe daria mais tarde o seu primeiro prêmio de literatura.

Matriculou-se na Faculdade de Direito, mas não chegou a iniciar o curso, pois foi trabalhar no cartório do pai. O local era freqüentado, além de políticos, por Olavo Bilac, Guimarães Passos, Emílio Menezes, entre outros.

Olegário Mariano conheceu também Machado de Assis a quem dedicou grande admiração. Um amigo do pai, o Barão do Rio Branco, queria que Olegário seguisse a carreira diplomática, mas a idéia não contou com a aprovação paterna. Foi muito influenciado por Gonçalves Dias, como se percebe em seus trabalhos de inspiração patriótica, como Meu Brasil.

Casou com Maria Clara Sabóia de Albuquerque, em 1911, indo morar na Europa por quase um ano.

Em 1926, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a Cadeira Nº 21, na vaga de Mário de Alencar.

Assim como ocorrera com o pai, que recebeu um cartório do presidente Rodrigues Alves, Olegário Mariano ganhou o seu de Getúlio Vargas, em 1930.

Dedicou-se à carreira política sendo deputado na Assembléia Constituinte que elaborou a Carta de 1934, e na 2a. Câmara federal. Trabalhou também como Inspetor Federal de Ensino Secundário e censor de teatro.

Em 1938, foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pelos intelectuais brasileiros, em concurso promovido pela revista Fon-Fon, substituindo Alberto de Oliveira, que detinha o título após a morte de Olavo Bilac, que foi o primeiro a receber o título.

Representou o Brasil na Missão Melo Franco, na Bolívia, foi delegado da Academia Brasileira de Letras na Conferência Inter-Americana de Lisboa, para o acordo ortográfico (1945), embaixador do Brasil em Portugal (1953), e membro da Academia das Ciências de Lisboa.

Conhecido como “o poeta das cigarras”, por causa de um dos seus temas prediletos, e considerado o último poeta romântico brasileiro, a sua contribuição à história da música popular brasileira não é muito estudada. Entretanto, em parceria com Joubert de Carvalho, deixou 21 composições, sendo que dezenove chegaram a ser gravadas.

Joubert musicou, em 1927, duas poesias de Olegário: Cai, cai, balão eTutu Marambá. O poeta aprovou as músicas e, a partir de então, surgiram outras canções, com De papo pro ar (1932)e Dor de recordar(1933). Fez, ainda, dupla com Gastão Lamounier, lançando o tango Reminiscência (1929), a valsa Arrependimento,e a valsa lenta Suave recordação.      

Faleceu no dia 28 de novembro de 1958, no Rio de Janeiro, sendo sepultado no Cemitério São João Batista.


Principais Obras:

Ângelus (1911); Sonetos (1912); Evangelho da sombra e do silêncio (1913); Últimas cigarras (1920); Castelos na areia (1922); Cidade maravilhosa(1923); Batachan (1927); Destino (1932); Poesias escolhidas (1932); O amor na poesia brasileira (1933); Canto da minha terra (1933); Vida, caixa de brinquedos (1933); O enamorado da vida (1937); Da cadeira n.21 (1938);Abolição da escravatura e os homens do Norte (1939); Em louvor da línguaportuguesa (1940); A vida que já vivi (1945); Quando vem baixando o crepúsculo (1948); Tangará conta histórias (1953).

Suas obras completas foram publicadas pela Livraria José Olympio Editora sob o título de Toda uma vida de poesia (1958).

Deixou uma espécie de autobiografia, sob o título: Se não me falha a memória.

Recife, 24 de maio de 2005.
(Atualizado em 14 de setembro de 2009).

FONTES CONSULTADAS:

ENCICLOPÉDIA Barsa. Rio de Janeiro: São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1995.

MENEZES, Raimundo de. Dicionário literário brasileirinho. 2.ed. Rio  de Janeiro: Livros Técnicos Científicos, 1978.

OLEGÁRIO Mariano. Disponível em: <http://www.biblio.com.br/Templates/biografias/olegariomariano.htm>. Acesso em: 17 maio 2005.

VASCONCELOS, Ary. Panorama da música popular brasileira. São Paulo: Livraria Martins, 1964.        

COMO CITAR ESTE TEXTO:

Fonte: ANDRADE, Maria do Carmo. Olegário Mariano. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: dia  mês ano. Ex: 6 ago. 2009.
 

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sexta-feira, 24 de abril de 2015

POEMAS DO NORDESTE - PENSADOR

Poemas do Nordeste

Cerca de 94 poemas do Nordeste
Brisa

Luiz Gonzaga

No Nordeste imenso, quando o sol calcina a terra,
Não se vê uma folha verde na baixa ou na serra.
Juriti não suspira, inhambú seu canto encerra.
Não se vê uma folha verde na baixa ou na serra.
Acauã, bem no alto do pau-ferro, canta forte,
Como que reclamando sua falta de sorte.
Asa branca, sedenta, vai chegando na bebida.
Não tem água a lagoa, já está ressequida.
E o sol vai queimando o brejo, o sertão, cariri e agreste.
Ai, ai, meu Deus, tenha pena do Nordeste.
Ai, ai, ai, ai meu Deus
Ai, ai, ai, ai meu Deus
No Nordeste imenso, quando o sol calcina a terra,
Não se vê uma folha verde na baixa ou na serra.
Juriti não suspira, inhambú seu canto encerra.
Não se vê uma folha verde na baixa ou na serra.
Acauã, bem no alto do pau-ferro, canta forte,
Como que reclamando sua falta de sorte.
Asa branca, sedenta, vai chegando na bebida.
Não tem água a lagoa, já está ressequida.
E o sol vai queimando o brejo, o sertão, cariri e agreste.
Ai, ai, meu Deus, tenha pena do Nordeste.

Ai, ai, ai, ai meu Deus
Ai, ai, ai, ai meu Deus
Composição: (Rosil Cavalcante ? Maria das Neves Coura Cavalcante) · Esse não é o compositor? Nos avise.
Enviada por S


Vamos viver no Nordeste, Anarina.
Deixarei aqui meus amigos, meus livros, minhas riquezas, minha vergonha.
Deixaras aqui tua filha, tua avó, teu marido, teu amante.

Aqui faz muito calor.
No Nordeste faz calor também.
Mas lá tem brisa:
Vamos viver de brisa, Anarina.
Manuel Bandeira
Sonho é comer um churrasco preparado por gaúchos, numa praia do nordeste, com mulheres mineiras, organizado por paulistas e animado por cariocas.

Pesadelo é comer um churrasco preparado por mineiros, numa praia gaúcha, com mulheres nordestinas, organizado por cariocas e animado por paulistas.
Luis Fernando Veríssimo
Exaltação ao Nordeste



Eita,Nordeste da peste,
Mesmo com toda sêca
Abandono e solidão,
Talvez pouca gente perceba
Que teu mapa aproximado
Tem forma de coração.
E se dizem que temos pobreza
E atribuem à natureza,
Contra isso,eu digo não.
Na verdade temos fartura
Do petróleo ao algodão.
Isso prova que temos riqueza
Embaixo e em cima do chão.
Procure por aí a fora
"Cabra" que acorda antes da aurora
E da enxada lança mão.
Procure mulher com dez filhos
Que quando a palma não alimenta
Bebem leite de jumenta
E nenhum dá pra ladrão
Procure por aí a fora
Quem melhor que a gente canta,
Quem melhor que a gente dança
Xote,xaxado e baião.
Procure no mundo uma cidade
Com a beleza e a claridade
Do luar do meu sertão.
Luiz Gonzaga de Moura

quarta-feira, 22 de abril de 2015

HISTÓRIA DO BRASIL - DESCOBRIMENTO DO BRASIL - CORREIO ELETRÔNICO


História do Brasil
(Marchinha de Lamartine Babo - Carnaval de 1934)
(Clique na figura abaixo e tente cantar junto!)
CLIQUE E CANTE JUNTO!!!CLIQUE E CANTE JUNTO!!!
Quem foi que inventou o Brasil?
Foi seu Cabral! Foi seu Cabral!
No dia 22 de Abril
Dois meses depois do carnaval
Depois Ceci amou Peri
Peri beijou Ceci
Ao som...
Ao som do Guarani!
Do Guarani ao guaraná
Surgiu a feijoada
E mais tarde o Paraty
Depois Ceci virou Iaiá
Peri virou Ioiô
De lá... Pra cá tudo mudou!
Passou-se o tempo da vovó
Quem manda é a Severa
E o cavalo Mossoró 



Gravada originalmente na RCA Victor em 1933, por Almirante acompanhado pelo Diabos do Céu e lançada em discos 78 rpm. Outras gravações conhecidas são as de Lamartine Babo e coro (1955), Arrelia (1967), Banda do Canecão (1973), Quinteto Violado (1986), Coro Oba Oba (1986), entre outras.
Com uma melodia gostosa, aliada a versos que primam pelo "nonsense", a marchinha História do Brasil foi uma das mais cantadas no carnaval de 34, sendo até hoje lembrada com grande sucesso.
Um mês após a folia de momo daquele ano, era lançada a revista "Foi seu Cabral", usando como título uma parte do refrão da música. Nos versos finais, Lamartine faz referência a dois grandes ídolos do público na época: a fadista portuguesa Severa e o cavalo Mossoró, ganhador do Grande Prêmio Brasil.
Nota:
verifica-se ai, um salto quântico
para o seu tempo, 1933, que é resumido assim: "De lá.../pra cá tudo mudou" e canta que quem manda agora é a Severa, a mascote do time de Futebol Portuguesa de desportos, a Lusa, que na época contava com um dos melhores elencos do país, e o cavalo criado no Brasil Mossoró, que ao vencer 1933 o primeiro Grande Prêmio Brasil no hipódromo da gávea, pelo que se conta, quase foi levado no colo por uma multidão em êxtase.". Fonte: www.ufjf.br/darandina/files/2010/12/Do-samba-...pdf 
Paraty, na segunda estrofe, refere-se à cachaça. Há que se registrar ainda a polêmica empreendida pelo cançonetista De Chocolat (pseudônimo de José Cândido Ferreira), que acusou Lamartine de ter plagiado a sua música "Negro Também é Gente".
Apesar de alguns versos do refrão coincidirem, a melodia era diversa. Mesmo tendo sido amplamente divulgado pelo jornal A Hora, a discussão não vingou. É o que conta o jornalista Jota Efegê: "A composição de "De Chocolat", como título "Negro Também é Gente", ficou quase no anonimato, mesmo tendo a valorizá-la a interpretação de Francisco Alves, o Rei da Voz, vivendo, na época (1933-34), o apogeu de sua majestade canora.
O indigitado plágio, a incriminada apropriação ilegal, levada ao conhecimento de A Hora, e pelo jornal estampada na primeira página da edição de 13 de janeiro, ilustrada com a caricatura do acusado (feita por Nássara), teve ali seu início e fim sem turbar a história’ do Brasil – a da irreverência glozante do Lalá, o Lamartine Babo. A desejada polêmica gorou".
Trecho extraído do livro Trá-lá-lá: Lamartine Babo (de Suetônio Soares Valença, Velha Lapa Gráfica e Editora
DESCOBRIMENTO DO BRASIL
Durante o período dos grandes descobrimentos marítimos, Portugal e Espanha se empenharam em procurar um novo caminho para as Índias. Em 1492, Cristóvão Colombo, a serviço da Espanha, descobre a América, abrindo uma nova perspectiva de descobertas. Portugal e Espanha assinaram em 1494 o Tratado de Tordesilhas, para evitar futuras guerras pela posse das novas terras. Em 1500, parte de Portugal uma poderosa esquadra, composta de 13 caravelas, chefiada por Pedro Álvares Cabral. Este tinha uma missão dupla: estabelecer um contato diplomático com a Índia, alcançada alguns anos antes por Vasco da Gama, e outra missão, mais secreta: desviar-se um pouco de sua rota e explorar as terras desconhecidas no lado português da linha divisória estabelecida pelo Tratado. Antes dele, outros navegadores portugueses já haviam constatado a existência dessas terras, sem desembarcar.
Partindo do Tejo a 9 de março de 1500, com uma frota de 1.000 homens, Cabral seguiu a costa africana. Na altura da Guiné, seguindo as ordens recebidas, desvia-se da rota, com o propósito aparente de procurar melhores condições de vento. A 22 de abril, chega às novas terras. Avistou em primeiro lugar um monte, que denominou Monte Pascoal, e aportaram numa baía mais ao norte.
A 26 de abril, Frei Henrique Soares rezou uma missa de ação de graças, numa pequena ilha, por eles chamada Coroa Vermelha. Transferiram-se então para o continente, onde asseguraram a posse da terra com outra missa, rezada com a presença dos índios ali encontrados, a 1° de maio.
Tendo dado por concluída a sua missão ali, Cabral parte no dia seguinte para a Índia, mandando ao mesmo tempo uma caravela com notícias da descoberta para o rei de Portugal. Era uma carta, escrita por Pêro Vaz de Caminha.
Em tão pouco tempo, Cabral não pôde decidir se havia desembarcado em um continente ou não, e julgou haver alcançado uma grande ilha, que denominou Ilha de Vera Cruz. Outras expedições vieram explorar o local descoberto por Cabral, e averiguando ser realmente um continente, denominaram-no Terra de Santa Cruz, em homenagem ao Cruzeiro do Sul, principal constelação vista desta área.
Em 1511, depois da descoberta do pau-brasil, madeira muito útil que logo foi explorada pelos portugueses, a nova terra recebeu o nome de Brasil.
POESIAS SOBRE O DESCOBRIMENTO
Descobrimento do Brasil
Descobriu-se o Brasil, terra onde se encontra o Brasil.
Descobriu-se o Brasil, coincidentemente rimou-se com abril, mês do seu descobrimento.
De suas verdes matas, vai ser feito o carvão. De seus muitos indios, vão ser vendidos os cocares para estrangeiros do além-mar. Lembranças do Brasil varonil que continua rimando com o mês de abril.
Triste sorte de um povo feliz, que sorri o pouco que tem.
Triste sina de um Brasil que se descobre a si mesmo e não gosta do que vê.
Viva o Brasil....

Autora: Maite Schneider


"A per-versão não-oficial dos fatos"
Vem da gávea o esperado grito solitário, lá pelas tantas da manhã de um dia de abril, do faminto, mas atento marujo hereditário, que de atento entre tantas águas, terra viu. Fedido corpo, olhos inchados, mareados, da luta no mar denso, água velha do barril, mal dormido, mal sonhado e não-amado, voz rouca, seca, profunda para o ar partiu, e a frase louca inundou o céu de sol alado - "Terra à Vista!" ...e foi encontrado o Brasil...
A Vossa Alteza, escrevo do achamento desta nova terra que a Coroa construirá
Envio este breve email em atachamento contando-lhe tudo que a TV não divulgará. São índios e índias pelados da cabeça aos pés mostrando tudinho do corpo para nós infiéis machos retidos e desgastados por esta viagem vendo as gajas desnudas como em bordéis,
Vossa Alteza há de convir deste desconforto de encontramos logo este paraíso como porto.

Mal passado algum tempo, a terra então mudou, o homem nu foi lenta e culturalmente dizimado plantou-se a lavoura da ganância que importou irmão negro trazido como bicho escravizado, que no tronco padeceu, suou, gritou e sangrou, enquanto o sacerdote, por Deus, equivocado, orou e cantou em latim, de banzo o negro chorou, e deste sangue penoso nosso roçado foi irrigado, as malocas deram lugar a muitos cruéis espigões orixás e pajelança acabaram em reza e orações. Vossa Alteza deve e pode, certamente, contar como certo, que desta terra que o comandante chamou de Vera Cruz todos que nela ficaram se julgam os matreiros mais espertos achando que o gingado e brejeirice das ancas sempre seduz e batucando forte dançarão nos braços da aguardente decerto a noite toda sem importar-se que do dia já chegou o raio de luz, mas este pobre povo que se julga supimpa, malandro e liberto, nada percebe, como cabra-cega, tateia na escuridão do capuz acreditando até que seu país já foi um dia por Cabral descoberto não vendo a honra do povo necrosando pela corrupção em pus!
Majestade, meu Rei amado da Coroa Portuguesa, aqui encerro esta missiva de não sei quantos kabites consternado com que, ora vos relato, com certeza mas por obrigação de escrivão coloco em nosso site repito e afirmo que isto aqui era para ser uma beleza que o Comandante Pedro Álvares despediu-se numa light partindo para as Índias tão distantes e de outras riquezas jamais desviou-se da rota, portando-se como nobre do society, mas não sabia o Comandante, qual rebento um dia ele pariu Hoje lá está nas Américas, o pobre moçoilo, coitado Brasil!

Autor: Gabriel Ribeiro

terça-feira, 21 de abril de 2015

BRASILIA - CONCURSO NACIONAL DE POESIAS


Poemas para Brasília
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24 de Julho de 2012
Brasília









Beleza que contorna a norma brusca, e renasce
Se torna inumerável de vida
Faz do céu uma plataforma azul
Onde mora o mistério do simples e infinito.

Em anos, dias mais belos e puros
Dançarei nos seus frágeis outonos
Cúmplices de seus seios brancos
Sem medo ou fúria de falsos donos

Mas nessa primavera de tristezas,
Acalento todas nossas saudades desatinadas
ao som de todo nosso silêncio amargo
Brincando fazer tuas esfinges de sol coroadas.
Amo mesmo tudo que não posso tocar, mas que me toca sem sentir.

Post poetisa Thais Lima Rocha
Poema transcrito da coletânea “Concurso Nacional de Poesias”


 
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11 de Julho de 2012
BRASÍLIA



Onde um dia dormira
um vasto planalto,
hoje acorda Brasília,
nos braços do mundo.
Acorda tão viva,
formosa e bela,
abraça as estrelas
e os ipês floridos,
os sonhos sonhados
e o azul do céu.

Esta é Brasília
de asas douradas
a pairar soberana,
quase ave, aeronave,
sob a abóbada
celeste e os
raios do sol.

A solidão do lago
em nostálgica canção
de girassóis meninos,
traz no vento a saudade
dos candangos de outrora.

Não te desejo Brasília,
a conquista do mundo,
conquiste dias felizes,
assim conquistarás
o pólen do mundo.

Lurdiana Araújo, poetisa tocantinense.
Poema transcrito do livro “Cerrado Poético e outras poéticas”
Verbis Editora


 

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