Terça-feira de manhã
Em grupos, nós professores
Chegamos a uma escola
Para uma formação
Que ia tratar do tema:
Os PCN em Ação.
E ali nos reunimos
Tomando uma direção
Para um amplo auditório
Onde se ouviu umas falas
Que ali já norteavam
Rumos pra nossa função.
De repente um matuto
Surge em frente bem trajado
Com cabaças e chocalhos
Pra declamar um poema
E simples em suas cenas
Deixou-nos embriagados.
Após aquele momento
Fomos para a cantina
Saboreamos um lanche
Para na sala adentrar
Mas ainda a relembrar
Aquele matuto falante.
Ficamos todos sentados
Ouvindo a explicação
Para cada um falar
Nome, cidade e função
Diante da professora
Fazer sua exposição.
Foi ela quem começou
Bonita e cheia de vida
Disposta a nos ajudar
Com suas experiências
E com muita paciência
Disse: eu sou a Aparecida.
Fizemos uns combinados
Com um nome diferente
Chamado contrato didático
E por aí foi em frente.
Mas Cida sempre lembrando
É preciso registrar
Pois não podemos perder
Nada que aqui passar.
Com todos os procedimentos
Metodológico e de vida
Nossas expectativas
Queremos logo alcançar
E com a interdisciplina
Nas áreas de conhecimento
Falada a todo o momento
Queremos nos integrar.
Os dias foram passando
Com várias atividades
Vídeos, discussão de textos
E o uso do retroprojetor
Que ali todos os dias
Era usado com rigor.
Mostrava cruzadas e textos
Até mesmo em alemão
Todos liam com atenção
Na parede do colégio
Os conhecimentos prévios
Ajudavam a decifrá-los.
E com aqueles badalos
Chegava-se à conclusão.
Eu fico me lamentando
Por minhas próprias ações
Entro tarde e saio cedo
Mas vou explicar a razão:
A culpada não sou eu
Desculpe-me professora
Pois a culpa é do transporte
Que tem outra obrigação.
A sua obrigação
É buscar cada estudante
Crianças, jovens e adultos
Lá no seu interior
Onde vive o morador
Para estudar na cidade
Desenvolver sua capacidade
E deixá-los onde os pegou.
Ao ler a minha memória
Todos olhavam espantados
Talvez dizendo: coitada!
Porque eu tremia demais
É que naquele momento
Aflorou minha emoção
Parecia está revivendo
Aquela escravidão.
Ali, naquele relato,
Não li, contei minha história.
História não, sofrimento.
Pois passei por maus bocados.
Porém tenho-os gravados
No fundo do coração.
Mas eles não me dominam
Concluí com decisão
Até mesmo me ajudaram
Na escolha da profissão
Pois sendo uma professora
Tenho o poder nas mãos
Para mudar essa história
Do aluno não ter razão.
Para isso acontecer
Eles precisam de nós
Que hoje estamos com a voz
E com o poder da mudança.
Ainda tenho esperança
Que esse dia chegará
E a ESCOLA será
Um lugar bem atrativo
Onde o aluno é movido
Por PAZ, CARINHO e ATENÇÃO
E com AMOR no coração
Torne-se um SER produtivo