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Este Blog é para expor publicações periódicas que contribuam para desenvolver atividades artísticas culturais e recreativas dentro de uma postura construtiva através da Pedagogia da Animação, ampliando diversos conceitos da qualidade total nas áreas de Recreação, Folclore, Literatura e Música. Produzindo conhecimentos interdisciplinares no aprimoramento da cidadania.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

FENÔMENO DA SECA

           


                   O sertão cearense, como o de todo o Nordeste, é assolado pelo flagelo da seca. Tecnicamente não se pode classificar essa região como árida ou até mesmo semi- árida. Não há rigorosamente a falta de chuva e sim a irregularidade. Anos de grandes secas são intercalados por anos de invernos muito chuvosos. Não é incomum a ocorrência de invernos com cheias tão calamitosas quanto as secas.
                    Ainda é praticamente impossivel estabelecer com segurança os fatores determinantes desse fenômeno climático e nem mesmo fazer a previsão segura de sua ocorrência. No entanto, há quem conserve uma relação entre a intensidade das manchas solares e as secas com o minimo de manchas. Em consequência, o ocorrência da seca teria uma periodicidade entre 9 a 12anos.

                                                             AS GRANDES SECAS


                                   
                        O Ceará é marcado por grandes e dolorosas secas. Para se ter uma amostra do horror que significava a ocorrência desse  flagelo, passamos a relatar alguns fatos que ficaram historicamente registrados.

                                                              SECA DE 1790/93


                        Conhecida como a "Seca Grande". A maior par te do sertão ficou deserta. O gado foi totalmente dizimado. Na caminhada para o litoral os retirantes saciaram a fome comendo ratos, urubus, e cobras.
                         A respeito dessa seca o Padre Joaquim José Pereira, em " Memória", faz este impressionante relato: " Não era raro encontrar-se habitação onde, a par de cadáveres em putrefação, se achavam miseráveis ainda vivos, prostrados no chão ou no leito, sendo chupados por morcegos, que as vitimas sequer tinham forças para enxotar".

                                                             SECA DE 1824/25


                         Chamada a"Seca do Século", foi agravada pelo surto de variola que matou milhares de pessoas. Estima-se que um terço da população cearense foi dizimada. A fome imperou no sertão. Alguns historiadores registram inclusive a ocorrência de casos de antropofagia. Há também o registro de estranho  inexplicável fenômeno botânico: das folhas do juazeiro começou a brotar uma espécie de mel que serviu como alimento aos flagelados.



                                                           SECA DE 1877/79


                         Seca da grande repercussão social e econômica. Fortaleza foi tomada pelos flagelados. Estima-se que em 1878 a população atingia 160.000 pessoas, das quais 120.000 seriam retirantes. Thomaz Pompeu de Souza Brasil fez o seguinte relato em "O Ceará no Centenário da Independência do Brasil".  "Pelas estradas morreram de fome familias inteiras e muitos que conseguiram atingir o litoral, tão enfraquecidos vinham, que caiam moribundos pelas calçadas e praças da capital e outras cidades maritimas".
                             Condoído com este triste quadro, o imperador D. Pedro II teria dito: "Venda-se  o último brilhante de minha coroa, contanto que não morra  um cearense de fome!". Apesar da efetiva ajuda prestada pela Corte, somente no ano de 1878 faleceram em Fortaleza em consequência da seca mais de 57.000 pessoas.



                                                          SECA DE 1915


                                  As consequências desta terrivel seca foram dramaticamente relatadas por Rachel deQueiroz em seu famoso livro O QUINZE". Rodolfo Theophilo em "A seca de 1915"  faz o seguinte relato: Até os ovos  dos uruás (espécie de caracol) comeram.Os ovos contém um liquido gosmento adocicado, parecendo uma mistura de sangue e pus de abcesso. Os famintos mastigavam a nojenta comida engolindo o liquido e deitando fora a casca dos ovos..."

                                                TENTATIVAS DE COMBATE ÀS SECAS



                                  A construção de uma rede de alambiques para destilar a água do mar,  a arborização da provincia com abacateiros, canal ligando o Rio São Francisco ao Rio Jaguaribe e até mesmo o despovoamento total da região foram exóticas sugestões oferecidas no passado para solucionar o problema da seca.
                                     Mais recentemente é adotada a politica de retenção das águas dos rios através da construção de açudes.
                                    Para tanto, foram construídos grandes reservatórios de água que efetivamente têm contribuído para minorar as consequências desse flagelo.
                                   Grandes açudes do Ceará
                     Orós (Rio  Jaguaribe)
                     Arrojado Lisboa (Rio Banabuiú)
                     Paulo Sarasate (Rio Acaraú)
                     Pedras Brancas (Rio Sitiá)
                  Atualmente é tentada com algum sucesso a nucleação artificial través do bombardeamento das nuvens, tipo cúmulus, determinados produtos quimicos a fim de promover a solidificação das gotas  dágua, provocando a precipitação da chuva.



                 
                         

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