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Este Blog é para expor publicações periódicas que contribuam para desenvolver atividades artísticas culturais e recreativas dentro de uma postura construtiva através da Pedagogia da Animação, ampliando diversos conceitos da qualidade total nas áreas de Recreação, Folclore, Literatura e Música. Produzindo conhecimentos interdisciplinares no aprimoramento da cidadania.

sábado, 20 de outubro de 2012

PAIZINHO, ETERNO GUERREIRO


PAIZINHO, NOSSO ETERNO GUERREIRO
AUTOR: PERBUÁRIO OLIVEIRA ALMEIDA
Hoje completas um centenário de vida, data especial que poucos têem este prestígio com Deus. Rogo  a Ele que te dê saúde, paz, felicidade, para que seus dias de vida sejam mais e mais.
Fui privilegiado por Deus a fazer parte desse centenário do senhor e já se passaram  40 e poucos anos, tenho guardado na minha memória como se fosse hoje, por exemplo: A sua marca registrada nº 33, que é a minha também em sua homenagem.
Guardo na memória o nome dos seus jumentos: Bentivi, Canário, Rouxinho, Camocim, este era um jumento branco e lesado que era da mãezinha. Tinha o Rio Preto e o Pagode que o senhor negociou com ciganos que apareciam  aí de vez em quando.
Junto com o meu tio João Gualberto íamos pegar lenha nas Areias, dar comida aos animais. Às vezes  íamos à Serra Cheirosa pra desmancha, era ótimo! Isto me trazia uma felicidde imensa!
Não esqueço dos cachorros: Jadigo, Jacaré, Denis, este era um cachorro  policial e bom de caça, não era?  Lembro da figueira que tinha atrás da casa onde tinha ninhos e Golinha, Pinta Silva e outros pássaros. Recordo a roça com aquela aroeira gigante e os pereiros, um pé de jurema no final da roça.
Em 1968 eu tinha 5 anos, o senhor um homem da federação, foi destacado pra Iguatu, foi a única vez que vi o  tio Guerreiro pai da Eliza, Zezinho, Paulo e outros que conheço por nome.
Em 1971 o senhor vendeu uma parte da roça ao  Climério e foi destacado pra Quixeramobim, morava na Rua Dias Ferreira, próximo à estação do trem.
Sempre ao lado da mãezinha, ela já doente e o senhor cumprindo o papel de um guerreiro forte.
No final do ano de 1971 passamos as férias com vocês, quem nos levou foi o Chico da Afoncina na sua rural.
Lembro da época que um rapaz fingindo de amigo, furtou o seu relógio de bolso folheado  ouro. Não precisou da policia se meter no caso, o senhor fez a investigação, fez o ladrão devolver o relógio e não ficando satisfeito, deu uma grande repreensão e acho que até uns tapas. Mostra ser um  Guerreiro disposto e valente dentro da sua razão.
Nesse tempo  morou na casa da Rua Santo Antonio em Aiuaba, o Duda pai da Cícera, era do calçamnto, morou também seu Vicente, pai da Pedrina e tinha uma aleijadinha que se chamava Elizabete, ficavam na oficina onde o senhor guardava suas espingardas de ouvido, bornal,, cangalhas, malas e outros objetos, ali morou o tio Antonio Firmino, a tia Nenem e filhos, Àurea, Aurineide e Mazinho. A Àurea é minha madrinha.
Eu muito danado ia pescar escondido de mamãe, a tia Nenem fritava os peixinhos era bom.
O senhor firme ao lado da mãezinha ela já muito doente, crise de asma, quase sempre me perguntava:" O que houve que não veio mais aqui?"
 Eu respondia: É porque mamãe não deixa... Eu danado ia escondido, tomava água no copo dela, comia no mesmo prato e com a mesma colher, amava a mãezinha, ela faleceu no dia 31 de janeiro de 1973 e o senhor  deitado  numa preguiçosa sempre com uma carteira de cigarro Classic ou Arizona disse pra mim, "é Nego Véi sua mãezinha morreu e uma lágrima caiu dos seus olhos".
Depois de alguns meses viúvo, sempre de paletó, dentadura de ouro de 24  quilates comprou um cavalo marchador, foi caro, porque foi comentado na cidade.
Pra mostrar o poder de sedução pra conquistar a sua amada, peguei o senhor passando perfume no corpo inteiro. Conquistou a sua amada, com certeza e muito feliz até hoje.
Teve vários filhos e com certeza esta festa de 100 anos de vida foi carinho, amor e fidelidade, companheirismo, da Maria junto com seus filhos. Maria a festa  também é sua, mérito seu,  sejam bem felizes! A continuação é nossa!!
Paizinho, como não esqueço de nada tenho uma coisa  a reclamar do senhor. Muitos sabem dessa história, outros não.
Eu estava correndo no Cacique, era um cavalinho branco que papai comprou na Murzela de seu Delso Feitosa, marido de Dona Lenita.
Correndo no campo  de aviação perto da casa do Antonio Nascimento, de um lado a outro e bem feliz, chegou o senhor com um sorriso bonito! Alegre e disse:  "Ei Nego Véi,  venha aqui, eu ingenuamente cheguei perto do senhor e o senhor com um cipó escondido pegou no meu braço e como não esperava por tamanha covardia me deu 3 cipoadas e disse vá pra casa, sua mãe está chamando. Me soltei rápido e disse:  Ô  covarde, me pegou a traição... Saí correndo, deixei o cavalo e o senhor dando risada disse:  Venha aqui pra apanhar mais... Foi uma carreira que ninguém me pegava.
Paizinho, sabe que te amo muito e não tenho mágoa de nada, espero o senhor se lembrar e dar risada.
No próximo ano confiando em Deus terei o prazer  e satisfação de abraçar cada um de vocês, pois a saudade e tremenda.
Minha família está bem representada aí graças a Deus.
Papai-  um comerciante de alto nível, amigo, sincero, trabalhador. Tenho muito orgulho de ser seu filho e me espelho nele. Pai eu te amo!
Mamãe- uma celebridade da cultura, autora de livros, músicas, peças teatrais, professora de Universidade (ULBRA) Em Canoas- RS , é  Conselheira, Amiga sincera e todos bons predicados que uma pessoa tem de bom está em minha mãe, me orgulho muito Deus  me permitir de ser seu filho.
Orleans-  minha irmã amiga companheira, confidente, intelectual, valoriza a cultura e a amizade, ela está junto em todas as horas, é uma amiga de verdade.
Simone-  minha irmã caçula, veio morar comigo novinha, aprendeu muito comigo a ser comerciante, valorizar a familia, porque a familia é a base de tudo. Te amo minha irmã.
Caio- empresário bem sucedido da Região Sul do país,
não é só meu cunhado, é meu irmão.
Só tenho a agradecer, tenho 49 anos de idade, não tenho inimigos, nunca bati em ninguém, nem apanhei, se eu der a minha palavra não precisa documentos. Sou hospitaleiro me procurando na minha casa come e bebe, só não aceito falta de respeito, aí o bicho pega.
Tenho ouvido afinado pra música, qualquer nota musical errada percebo na hora. Gosto de um bom tocador de sanfona,com certeza herdei do senhor.
Paizinho, no seu centenário pessoas ilustres comemorariam junto com o senhor, por exemplo: Luiz Gonzaga, pernambucano- Rei do  Baião, Jorge Amado, escritor baiano, conhecido internacionalmente e muitos outros brasileiros ilustres. E o senhor o nosso  eterno Gueereiro do Ceará, um Funcionário Federal, uma lenda viva, orgulho para nós aiuabenses, funcionário modelo dos Correios e Telégrafos, a maior autoridade do Município, pois é o mais idoso e todos nós devemos respeito, porque o senhor é um exemplo de vida e cidadania.
Como dizem os mais velhos "palavras voam e escritos ficam" este é o meu documentário, lhe desejando muita paz, saúde, alegria e muitos anos de vida. Não  tenho vergonha e nem receio de dizer: Paizinho, o senhor é o maior!
Receba um grande e saudoso abraço do seu 1º neto do sexo masculino, beijos da Marili, Paula, e Maria Clara
Seu eterno Nego Véi.
100 beijos!!!
Perbuário Oliveira Almeida
Canoas, 08 de outubro de 2012.

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